É desta que que iremos comunicar a uma só voz! – ‍Graça Mariano

Desde março de 2021 que várias organizações têm procurado aproximar-se para  organizar um Movimento que visa comunicar.

Mas o que se pretende comunicar?

Quem se aproximou?

Por que razão houve esta aproximação das organizações?

Nos últimos tempos, todos quantos trabalhamos no mundo rural e na produção de  alimentos, de uma forma geral, temos sentido na pele o atropelo à dignidade de  quem dedica o seu tempo, faça chuva faça sol, a cuidar das plantas, a cuidar dos  animais e a produzir os alimentos de forma segura.

É comum ouvirmos e lermos blasfémias de várias fontes, em que manifestam desconhecimento e sobretudo, fazem acusações gratuitas a troco de….. não  sabemos bem….pensa-se que poderá ser a troco de interesses de multinacionais  que investiram em grandes inovações alimentares e têm de obter o respetivo  retorno económico.

Seja qual for a razão, estas empresas dos alimentos alternativos, conseguem investir  balúrdios em comunicação, atingindo as grandes massas e particularmente investindo na formatação da população universitária, com grande peso na mudança  de comportamentos!

Estarei a exagerar? Talvez pensem que sim! Mas experimentem participar num  seminário numa universidade em que o debate seja sobre a produção de carne.  Basta um evento, em qualquer parte do país, na verdade, em qualquer parte do  mundo e perceberão o que quero expressar!

A narrativa é sempre a mesma, a produção de carne é o bode expiatório para  justificar as alterações climáticas, responsável pelos GEE (gases com efeito de  estufa).

Esquecem-se, estes grupos de pessoas desconhecedores da realidade, que há  muitos setores a contribuir para o aumento dos GEE, mas, a produção de carne é  um setor que já começou a implementar boas práticas tendo em vista a  sustentabilidade ambiental!

É por isso necessário começar a divulgar o que já foi feito, o que se pretende ainda  fazer, em prol de um ambiente mais sustentável!

Sem pecuária, não haverá carne (o que se produz em laboratório não é carne!) e não  haverá fixação da população no interior.

Não vale pena vociferar que se pretende gente fora do litoral e não promover  politicas efetivas de incentivo à fixação de pessoas em terras longínquas!

Com a pecuária, temos pessoas no interior e temos o chamamento para outras  atividades colaterais que atrai mais população para o interior!

Já nem refiro a necessidade nutricional da carne, não sendo nutricionista, não  abordarei a vantagem nutricional que a carne oferece de forma detalhada, apenas  sublinharei, porque é de senso comum, a sua composição especial em aminoácidos  essenciais, a Vit. B12 e o ferro heme. Naturalmente a ser consumida nas proporções  recomendadas na Roda dos Alimentos.

Mas quem se aproximou?

Todos quantos entenderam que basta de narrativas luciféricas sobre quem produz  os alimentos, que basta de ignorância amplificada por todos os meios de  comunicação social.

Todos quantos quiseram fazer parte de um grupo que pretende a mudança, o setor  da agricultura, da pecuária, da produção leite, dos medicamentos veterinários, da  indústria da carne e do retalho em Portugal.

Queremos mudar o paradigma, informando, promovendo o conhecimento, técnico  científico, aos consumidores.

Não nos iremos encapotar, pois há de facto atividades que produzem GEE, mas  também sabemos que estamos a trabalhar na redução dos mesmos, com a aplicação  de boas práticas, temos ainda um caminho a percorrer, e iremos fazê-lo.

E os outros setores que produzem GEE, o que têm feito?

E quem acusa a produção de alimentos pelos GEE, o que tem feito, em termos de  responsabilidade social? Anda de bicicleta? Não viaja de avião apenas para férias?

Não adquire produtos provenientes do outro lado mundo?

Haja menos hipocrisia! E lutemos, cada um de nós, por mundo mais bem informado!

‍Graça Mariano

Diretora Executiva APIC

Fonte: APIC


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