Não podemos esquecer que o nosso país importa 95% do trigo e 40% do milho que consome, estando a Ucrânia atualmente em guerra e impossibilitada de corresponder a essas necessidades.
A primeira versão da atual PAC (Política Agrícola Comum) foi apresentada em maio de 2018. Cerca de quatro anos depois, em março de 2022, após uma pandemia e um regresso da guerra à Europa – e mais de setenta anos depois da Segunda Guerra Mundial que, aliás, está na génese desta política comum –, sou obrigado a concluir que essa versão já não faz sentido.
Com efeito, os objetivos e circunstâncias que pautaram a revisão da PAC, focados num plano de estabilidade económica, social e política, que na altura se verificava, mas que atualmente é questionável, estão agora postos em causa. Esses objetivos representam ambições legítimas e prioridades ao nível do ambiente, designadamente com a estratégia “do prado ao prato”, que foram confirmadas pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu, mas que, face às crises sociais, económicas e políticas com que estamos confrontados, ficaram, do meu ponto de vista, inegavelmente comprometidos.
Considero que todo este Pacto Ecológico Europeu, o chamado “Green Deal”, presente na revisão da PAC agora apresentada, terá de ser reequacionado à luz das circunstâncias que estamos a viver. É importante – e, face às notícias […]