Em que se baseia o Governo para dizer que a área ardida devia ser 30% superior à actual?

Declarações da secretária de Estado da Protecção Civil baseiam-se uma análise feita pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas desde 2018 que permite chegar a um valor expectável de área ardida para os níveis equivalentes de severidade meteorológica

Apesar da surpresa de vários deputados com as declarações da secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar, que, numa recente entrevista à SIC Notícias, afirmou que, face à “severidade meteorológica” registada este ano, os “algoritmos e dados dizem que a área ardida” deveria “ser 30% superior”, a verdade é que desde 2018 o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) faz uma análise que permite chegar a um valor expectável de área ardida face às condições meteorológicas registadas num dado ano.

Essa análise é publicada nos habituais relatórios provisórios de incêndios rurais, que este organismo divulga quinzenalmente no período mais crítico dos fogos. E nestes é possível verificar que, por vezes, a área ardida é maior do que a que era expectável (por exemplo, como refere o relatório relativo ao período entre 1 de Janeiro e 15 de Setembro 2018 ou o entre 1 de Janeiro e 30 de Junho do ano passado) ou menor, como tem acontecido este ano.

No entanto, essa métrica pode ir variando ao longo do tempo, como tem acontecido este ano, piorando ou melhorando face ao que era expectável. Por exemplo, no relatório dos incêndios rurais entre 1 de Janeiro e 31 de Julho passado, a área ardida nessa altura (58.354 hectares) representava 54% da área expectável para um ano com condições meteorológicas similares. Esse indicador passou para 63% da área expectável a 15 […]

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