Empresas do PSI apontam incêndios florestais como o maior risco climático

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Riscos físicos associados a incêndios florestais são apontados como “os mais preocupantes” por 14 empresas do índice PSI nos seus relatórios de sustentabilidade, segundo o Relatório Anual sobre a Exposição do Mercado de Capitais ao Risco Climático da CMVM.

Entre os principais efeitos dos eventos climáticos extremos estão “a disrupção da atividade”, identificada por 36% das empresas emitentes analisadas, e a deterioração de ativos, apontada por 32% das entidades, indica o documento hoje divulgado pelo regulador do mercado de capitais.

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A maioria dos riscos com impacto na atividade das empresas está associada a perigos climáticos “relacionados com a temperatura”, designadamente “incêndios florestais”, “variações de temperatura (ar, água doce, águas marinhas)” e “alteração dos regimes e tipos de precipitação (chuva, granizo, neve/gelo)”.

A maioria, cerca de 70%, dos riscos físicos reportados pelos emitentes são “riscos agudos”.

Contudo, as medidas de mitigação propostas pelas 14 entidades analisadas variam consoante “o setor de atividade, as matérias-primas utilizadas e a visão de gestão de cada empresa”.

A redução das emissões de gases com efeito de estufa é assumida por 64% das empresas, sendo significativamente menor o número de metas associadas a fatores como a eficiência energética (12%) ou a utilização de energias renováveis (cerca de 10%).

Uma empresa do PSI (são 15) foi excluída desta amostra por elaborar o seu relato de sustentabilidade de acordo com “lei pessoal estrangeira”, informa a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Na edição deste ano do relatório são analisados também os riscos físicos que podem afetar os organismos de investimento alternativo (OIA) em ativos imobiliários nacionais, nomeadamente quanto a incêndios, stress hídrico, secas, subsidência (rebaixamento de solos), deslizamentos, inundações e tempestades de vento.

O risco de incêndio e o risco de stress hídrico são os mais preocupantes para os OIA imobiliários nacionais, devido à “localização dos imóveis” e ao “tipo de utilização”.

Os imóveis industriais são os mais expostos a incêndios, com uma probabilidade média de ocorrência de 1,38%, seguidos pelos imóveis para logística (1,02%) e para habitação (0,98%), com valores médios acima da média global de 0,56%, segundo o documento.

Já os imóveis nos segmentos de logística e habitação apresentam “níveis de stress hídrico superiores à média, que se situam em 0,88 e 0,85, respetivamente”. “Estes valores revelam que fundos com investimento residencial ou logístico podem estar a operar em áreas com utilização de água próxima dos limites sustentáveis”, conclui.

O relatório da CMVM visa contribuir “para um melhor conhecimento sobre a exposição aos riscos climáticos” e “suscitar a reflexão sobre a sua gestão”.

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