No último exercício financeiro, as empresas não financeiras em Portugal aumentaram a criação de valor e reduziram os riscos, com um crescimento significativo no Valor Acrescentado Bruto (VAB). O estudo “Panorama Empresarial em Portugal”, da Iberinform, destaca a melhoria da produtividade e da rentabilidade económica, além de um maior controle sobre a dívida e a tesouraria.
As empresas não financeiras em Portugal demonstraram um desempenho notável em 2023, ampliando a criação de valor para os seus clientes, fornecedores, empregados e financiadores. O estudo “Panorama Empresarial em Portugal” revela que estas empresas não só reduziram riscos, como também tiveram uma menor probabilidade de apresentar resultados negativos. A análise revela ainda que o Valor Acrescentado Bruto (VAB) das empresas representou 49,4% da Oferta Interna da Economia nacional, um aumento em comparação com os 47% registados em 2022.
Apesar de enfrentar desafios nas cadeias de valor e no aumento dos preços de matérias-primas, energia e serviços, as empresas portuguesas não financeiras conseguiram superar as ameaças económicas. A mudança nas taxas de juros, que começaram a inverter a tendência de queda em 2023, também foi um fator relevante neste processo.
Entre os fatores que impulsionaram este crescimento estão o aumento da produtividade e a melhoria na margem bruta negocial, com a relação entre os preços de venda e os custos com fornecedores a tornar-se mais favorável. O valor acrescentado no processo de produção também foi ampliado, especialmente em relação aos fornecedores de matérias-primas, mercadorias e serviços.
Além disso, a rendibilidade económica e a taxa de margem de segurança aumentaram, diminuindo significativamente o risco económico. A autonomia financeira das empresas portuguesas em 2023 cresceu para 46,1%, enquanto o peso da dívida remunerada diminuiu para 25,8%, com a cobertura da dívida financeira a melhorar para apenas 3,1 anos de EBITDA recorrente.
No aspeto da tesouraria, as empresas também obtiveram avanços, com uma menor exposição ao risco de incumprimento de clientes e fornecedores e uma geração de caixa mais robusta. O tempo crítico de inatividade antes da rutura de tesouraria aumentou para quase três meses, o que demonstra uma gestão financeira mais eficiente.
O estudo da Iberinform agora publicado destacou ainda que o Valor Económico Adicionado (EVA) das empresas cresceu para 2,5%, em comparação com apenas 0,8% em 2019. A rendibilidade económica líquida de impostos também aumentou para 8,9%, superando o custo médio ponderado do capital de 4,5%, regressando aos níveis observados em 2019.
O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.