No passado dia 1 de Agosto, os investigadores do InnovPlantProtect (InPP), Cristina Azevedo e Rupesh Singh, viajaram até à zona do Mondego, em Montemor-o-Velho, para recolher amostras de arroz infetadas com o fungo Magnaporthe oryzae, causador da piriculariose, uma das doenças mais comuns neste cereal em todo o mundo e também em Portugal. As colheitas foram realizadas no âmbito do projeto BlaSTOP – Desenvolver soluções integradas para combater a piriculariose do arroz.
A equipa do InPP, que tem trabalhado no desenvolvimento de biopesticidas contra a piriculariose do arroz, vai agora analisar no laboratório as amostras de arroz colhidas, com o objetivo de isolar e de caracterizar do ponto de vista genético os isolados (as culturas de microrganismos) presentes atualmente na bacia do Mondego, de modo a conhecer a atual diversidade genética de Magnaporthe oryzae em Portugal.
No futuro, estas recolhas permitirão aos investigadores fazer uma análise genética que compare as culturas de microrganismos de Magnaporthe oryzae presentes atualmente nesta zona do Mondego e as isoladas na década de 90 pela equipa do INIAV no programa de melhoramento do arroz nacional, de forma a estudar a evolução da virulência, i.e., o grau ou a capacidade deste fungo causar a doença.
O trabalho de campo contou com a colaboração de António Jordão, técnico da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAP Centro), e de Danny Carvalheiro, estudante de Mestrado do Instituto Superior de agronomia (ISA).
O projeto BlaSTOP visa o desenvolvimento de uma solução sustentável e eficaz para o controlo da piriculariose do arroz causada por este fungo. O projeto conta com o apoio do COTArroz – Centro Operativo e Tecnológico do Arroz e da Casa do Arroz, na bacia do Tejo, e da Aparroz – Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado Lda, na bacia do Sado, onde a equipa espera fazer recolhas num futuro próximo.
O artigo foi publicado originalmente em InnovPlantProtect.