
Em vários países europeus têm surgido alertas sobre espécies invasoras que ameaçam a agricultura e o ambiente. Em Portugal, um desses casos é o do caracol-maçã, uma espécie considerada perigosa para a agricultura e para a saúde pública, que está proibida em território nacional, segundo a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). As autoridades alertam para a necessidade de identificar e destruir os seus ovos, facilmente reconhecíveis pela cor rosa-vivo.
Uma praga com elevado impacto económico
Portugal já avançou com medidas preventivas, proibindo a entrada, circulação e comercialização destes caracóis. Segundo a DGAV, a presença destes moluscos poderia afetar gravemente culturas nacionais, em particular no Vale do Tejo e no Baixo Mondego, onde a produção de arroz tem grande peso económico.
Os exemplares desta espécie consomem rapidamente plantas aquáticas e podem comprometer ecossistemas inteiros. A União Europeia classifica o caracol-maçã como uma das espécies invasoras mais perigosas do mundo, exigindo controlo rigoroso nos Estados-membros.
O perigo escondido nos ovos
Uma das principais formas de identificar a presença destes caracóis, de acordo com a mesma fonte, é através dos ovos. As fêmeas depositam massas ovígeras de cor rosa ou alaranjada, em locais acima da linha de água, como canas, troncos, pedras ou estruturas artificiais. Cada postura pode conter centenas de ovos, o que explica a rápida expansão da espécie quando não é controlada.
A DGAV recomenda que qualquer cidadão que encontre ovos suspeitos contacte de imediato as autoridades locais. Destruir estas posturas é considerado essencial para impedir a disseminação do caracol-maçã no território português.
Risco para a saúde pública
Além do impacto económico e ambiental, o caracol-maçã representa ainda uma ameaça sanitária. Pode atuar, segundo a DGAV, como hospedeiro intermediário de parasitas perigosos, como o verme pulmonar do rato (Angiostrongylus cantonensis), responsável por infeções graves no ser humano. Embora sejam raros os casos de contágio, a recomendação é clara: nunca consumir estes animais.
A proibição em vigor pretende, assim, proteger não só a agricultura e os ecossistemas, mas também a saúde pública.
Um alerta para Portugal
Portugal não tem, até ao momento, registos de infestações massivas de caracol-maçã. Contudo, dada a proximidade com Espanha, onde a praga já obrigou a medidas de contenção, o alerta mantém-se. O reconhecimento precoce dos ovos é uma das ferramentas mais eficazes para impedir a sua propagação.
A vigilância de agricultores, pescadores e cidadãos em geral é considerada fundamental. O simples gesto de reportar ou eliminar uma postura de ovos pode evitar que esta espécie se instale em território nacional.
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