
No norte de Portugal, há um recanto onde o Douro e o Paiva se encontram em silêncio. Uma praia fluvial discreta, acessível por trilhos ou por barco, guarda uma ilha com vista para três concelhos e uma história que se esconde entre ruínas, árvores centenárias e o som do vento. Poucos a conhecem pelo nome, mas os locais chamam-lhe Ilha dos Amores.
Embora seja procurada por aventureiros e casais, é cada vez mais procurada por famílias à procura de sossego. Uma alternativa acessível ao litoral, onde se pode acampar, fazer desportos náuticos ou simplesmente descansar longe da confusão.
Uma ilha entre dois rios
Esta praia fluvial encontra-se no cruzamento entre o rio Douro e o rio Paiva, a cerca de uma hora do Porto. A sua localização, entre margens arborizadas, permite desfrutar de vistas únicas, longe de trânsito ou ruído urbano.
Segundo o município local, é possível aceder por barco a partir da Praia do Castelo, no concelho de Castelo de Paiva. Em tempos, era até possível lá chegar a pé pelo areal, antes da construção da barragem de Crestuma-Lever.
Silêncio, sombra e trilhos com história
A ilha é rica em vegetação autóctone, com destaque para carvalhos, freixos, oliveiras e tamargueiras. Há zonas amplas de sombra natural, ideais para piqueniques ou repouso. Para quem gosta de caminhar, existe um percurso pedestre marcado com vista sobre os dois rios.
Além da paisagem, há também registos históricos. De acordo com a Câmara Municipal, ainda se podem observar restos de uma torre medieval e de uma ermida dedicada a São Pedro, descoberta em escavações realizadas em 1998.
Um local com lenda e romantismo
De acordo com o Ekonomista, o nome da ilha remete a uma antiga lenda local. Conta-se que dois amantes proibidos tentaram fugir para viver juntos naquela praia fluvial, mas o destino trocou-lhes as voltas durante a travessia do rio. A história sobrevive, hoje, como símbolo do espírito romântico do local.
Este ambiente bucólico continua a atrair visitantes à procura de tranquilidade. Não é raro encontrar casais a celebrar cerimónias informais na ilha, longe da multidão.
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Perfeita para famílias, mas com espírito de aventura
Apesar de discreta, a ilha está equipada com o essencial: há balneários públicos, parque de merendas, churrasqueiras e até uma zona com guarda-sóis e café com esplanada e Wi-Fi. A piscina municipal fica a poucos metros da margem.
As atividades possíveis vão do aluguer de caiaques à prática de paddle, passando pelo acampamento em período estival, tudo num ambiente de baixa densidade e imersão natural.
Como chegar (sem se perder)
A referência principal é a EN222, em direção à Praia do Castelo. Há sinalização junto à estrada, mas pouco visível. O melhor é perguntar localmente ou seguir via GPS até à piscina municipal.
O acesso à ilha é feito com o apoio de barqueiros locais ou com canoa própria. A travessia é curta, segura e proporciona desde logo uma vista diferente sobre o rio Douro.
Um refúgio que continua pouco conhecido
Segundo o Ekonomista, este local tem vindo a atrair cada vez mais visitantes à procura de experiências mais autênticas e imersas na natureza, mantendo-se, ainda assim, longe da maioria dos roteiros turísticos.
A Ilha dos Amores permanece fora dos roteiros turísticos mais batidos. E é talvez esse o seu maior trunfo. Combinando natureza, património e silêncio, é um espaço raro, ideal para famílias, escapadelas a dois ou simplesmente para desligar do mundo.