Houve tempos em que Portugal empreendeu projectos a longo prazo. Preparou, plantou, cuidou, estimou e viu outras gerações colherem os frutos. Demos novos mundos ao mundo porque D. Afonso III empreendeu uma plantação que o seu filho D. Dinis alargou, erguendo o Pinhal de Leiria, de onde saiu a madeira que, sob desígnio do Mestre de Avis, se transformaria nas caravelas que construíram o nosso império.
Houve tempos em que a nossa floresta não era como uma manta de retalhos, sem estratégia, desgastada por políticas alheias à realidade, desenhadas na capital, que apenas promovem o seu abandono. Houve tempos em que plantar árvores era uma missão tão nobre que se dizia que um homem só se completava depois de o fazer. Tempos em que não se criminalizava nem se levantavam suspeitas sobre quem explora a terra. Hoje, a classe política está fechada em Lisboa e o cinzento da cidade fá-la esquecer que mais de um terço do país é verde.
Demos lugar aos valores de um ambientalismo desordenado e enviesado por uma cultura marxista que […]