
Com a chegada dos meses quentes, muitas famílias recorrem a eletrodomésticos para manter a casa fresca e confortável. No entanto, há um risco significativo que muitos ignoram e que pode transformar um gesto comum num verdadeiro perigo. Segundo a Magazine.HD, este é o principal eletrodoméstico associado a incêndios domésticos durante o verão.
As estatísticas e os alertas são claros: nem todos os perigos estão fora de casa. Entre os incêndios florestais e as ondas de calor, há ameaças silenciosas que surgem dentro de portas.
Os perigos associados ao ar-condicionado
Apesar da sua reputação de conforto e utilidade, o ar-condicionado é o eletrodoméstico mais frequentemente associado a incêndios domésticos nos meses de calor. A maioria dos casos está relacionada com falhas técnicas, uso prolongado sem manutenção ou instalações elétricas deficientes.
Segundo dados da Consumer Reports, só nos Estados Unidos, os sistemas de ar e ventiladores causam cerca de 7.400 incêndios domésticos por ano. Estes resultam em dezenas de mortes e centenas de feridos.
Manutenção deficiente e uso excessivo
Uma das causas principais prende-se com a negligência. Muitos aparelhos ficam meses sem uso e são reativados nos dias mais quentes sem qualquer verificação prévia. Poeira acumulada, filtros sujos e cabos desgastados aumentam substancialmente o risco de curto-circuitos e incêndios.
O London Fire Brigade alertou recentemente para este problema, destacando a importância de verificar os equipamentos antes da sua utilização intensiva. A instituição registou vários incêndios originados em aparelhos de ar-condicionado durante o verão.
Risco em habitações mais antigas
Em Portugal, o envelhecimento do parque habitacional é um fator de preocupação. Muitas casas não têm sistemas elétricos preparados para suportar o uso prolongado e simultâneo de vários eletrodomésticos de elevada potência, como o ar-condicionado.
O perigo aumenta quando se utilizam extensões elétricas, adaptadores múltiplos ou tomadas sobrecarregadas. A instalação incorreta ou improvisada de aparelhos pesados também pode contribuir para acidentes graves.
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Medidas de precaução recomendadas
Durante o plano nacional de poupança energética, lançado em 2022, o governo português apelou ao uso responsável destes aparelhos. Aconselhou-se que os mesmos fossem usados apenas com temperaturas abaixo dos 25 graus e que fossem desligados quando não estivessem a ser utilizados.
Estas orientações visam não só a eficiência energética, mas também a segurança dos utilizadores. Reduzir o tempo de funcionamento contínuo e garantir que os filtros estão limpos são passos importantes para evitar riscos.
A importância da manutenção preventiva
Um ar-condicionado que não é limpo regularmente pode acumular poeiras e impurezas, reduzindo a eficiência e aumentando o risco de sobreaquecimento. É recomendável fazer uma revisão técnica antes do verão.
Além disso, é essencial verificar se os fios e ligações estão em boas condições. Aparelhos com cabos rachados ou ligações soltas devem ser reparados ou substituídos antes de voltarem a ser utilizados.
Campanhas de sensibilização e futuro
Algumas autarquias e entidades de proteção civil têm vindo a reforçar as campanhas de sensibilização para o risco de incêndios domésticos no verão. O objetivo é alertar para o uso seguro dos equipamentos elétricos.
Segundo a Magazine.HD, “este é o principal eletrodoméstico associado a incêndios domésticos durante o verão”, reforçando a necessidade de maior atenção por parte dos consumidores. Em contextos de calor extremo, pequenos gestos podem evitar grandes tragédias.
Com o aumento das temperaturas médias e a frequência de ondas de calor, os especialistas defendem que esta mensagem deve ser levada mais longe. O uso consciente e responsável destes equipamentos será cada vez mais importante nos próximos anos.
A prevenção continua a ser a melhor forma de proteger vidas e bens. Garantir a manutenção regular dos aparelhos, evitar improvisos elétricos e usar com moderação são práticas essenciais.
Por fim, deve-se sempre seguir as instruções do fabricante e procurar assistência técnica qualificada sempre que necessário. A segurança deve estar acima do conforto imediato.
As autoridades recomendam ainda que, em caso de dúvida, os consumidores contactem técnicos certificados para avaliar a segurança das instalações domésticas. Num verão que se prevê particularmente quente, este cuidado pode fazer toda a diferença.
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