Proteção de plantas contra organismos patogénicos sem modificação genética das culturas? Uma equipa de investigadores chineses sugere uma estratégia alternativa na última edição da Plant Communications.
Os métodos biotecnológicos que existem atualmente para criar culturas resistentes a pragas e doenças apresentam limites de aplicabilidade, principalmente por se basearem em transgenia ou aplicação de superfície (que não permite o acesso às áreas mais internas da planta). A proposta destes cientistas passa pela utilização de pequenos RNA produzidos por micróbios benéficos para a proteção de culturas, garantindo a estabilidade e a entrega destes RNA em local e tempo apropriados.
A estratégia, que elimina “a necessidade da modificação genética das culturas”, assume que os pequenos RNA (sRNAs, no acrónimo inglês) podem ser transferidos do microbioma para o hospedeiro e agente patogénico, ou entre os elementos do microbioma.
Os sRNAs são os dispositivos moleculares cruciais do chamado silenciamento de genes via RNA de interferência, um mecanismo que regula a expressão genética, tanto a nível transcricional como a nível pós-transcricional.
Título do artigo original: Trans-kingdom RNAs and their fates in recipient cells: advances, utilization, and perspectives
doi.org/10.1016/j.xplc.2021.100167
O artigo foi publicado originalmente em InnovPlantProtect.