Estudo | Melhoramento de plantas pode compensar perdas na produção resultantes das estratégias ‘Do Prado ao Prato’ e ‘Biodiversidade’

Um novo estudo da HFFA Research, consultora científica independente na Alemanha, mostra que o melhoramento de plantas na União Europeia impulsiona a sustentabilidade socioeconómica e ambiental e pode compensar parcialmente as perdas de produção resultantes da implementação das estratégias ‘Do Prado ao Prato’ e ‘Biodiversidade 2030’ da UE.

Num contexto de crescimento populacional, de ameaças naturais constantes causadas pelas alterações climáticas e novos desafios que se colocam aos agricultores e a todo o sistema agroalimentar, o estudo encomendado pela Euroseeds confirma a elevada importância do cultivo seletivo de plantas na UE e a necessidade de um quadro legislativo favorável à inovação.

Numa avaliação ex post dos vários impactos do cultivo seletivo de plantas na UE nas últimas duas décadas, o estudo mostra que contribuiu significativamente para o aumento da produção agrícola e da disponibilidade de alimentos, evitou o uso adicional de solo, diminuiu as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e reduziu a perda de biodiversidade.

O estudo também analisa os efeitos potenciais do melhoramento de plantas até 2030 e 2040 à luz da implementação das estratégias europeias que agora estão em discussão, estimando que a implementação total das estratégias ‘Do Prado ao Prato’ e ‘Biodiversidade 2030’ pode resultar numa redução de mais de 20% na produção agrícola.

Principais conclusões do estudo:

  • Em média, nas principais culturas herbáceas europeias, o melhoramento de plantas é responsável por 67% do crescimento da produtividade induzido pela inovação, o que equivale a um aumento anual do rendimento de 1,16%.
  • Sem os avanços no melhoramento de plantas nos últimos 20 anos, a UE ter-se-ía tornado um importador líquido de todas as principais culturas arvenses até 2020, incluindo trigo e outros grãos.
  • O melhoramento de plantas ajuda a economizar recursos de terra escassos em todo o mundo, gerando rendimentos mais altos por unidade de área.  Também garante que menos gases com efeito estufa sejam emitidos. Até 2020, um total de quase 4 mil milhões de toneladas de emissões diretas de CO2 foram evitadas graças a melhorias genéticas nas principais culturas arvenses europeias.
  • O melhoramento de plantas na UE tem um efeito positivo enorme na biodiversidade. Sem melhoramento de plantas na UE, teríamos perdido até 2030 o equivalente a 8,3 milhões de hectares de florestas tropicais e savanas no Brasil, ou 11,8 milhões de hectares de habitats naturais na Indonésia.

O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.


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