Em Itália, investigadores do Centro de Investigação em Políticas e Bioeconomia realizaram um estudo para avaliar as atitudes dos consumidores em relação aos alimentos e culturas geneticamente modificadas (GM). Utilizando dados de um inquérito realizado em 2023, os investigadores analisaram a respostas dos consumidores italianos relacionadas com o seu conhecimento das técnicas de modificação genética (incluindo as Novas Técnicas Genómicas – NTG), a sua sensibilidade para com a sustentabilidade ambiental e segurança alimentar, e o papel dos canais de informação. Através do Modelo Logit Multinomial, foram analisadas as preferências por produtos GM e avaliado o impacto de vários fatores nas decisões de compra.
O sector agrícola pode beneficiar das biotecnologias para enfrentar desafios como pragas, secas e questões de abastecimento alimentar. As culturas geneticamente modificadas (OGM) foram desenvolvidas não apenas para oferecer vantagens económicas aos agricultores, mas também para contribuir positivamente para o ambiente, a saúde humana e o bem-estar dos consumidores. No entanto, os consumidores ainda hesitam em comprar alimentos geneticamente modificados e essa reação pode resultar da forma como a aplicação da biotecnologia na agricultura tem sido regulamentada até agora.
O debate legislativo que levou, no início de 2024, à aprovação da proposta da Comissão (COM(2023) 411 final) – que visa simplificar o processo de autorização para plantas obtidas por certas Novas Técnicas Genómicas (NTG) – despertou a discussão pública na União Europeia sobre a utilização da biotecnologia na agricultura.
O estudo realizado por uma equipa de investigadores do Centro de Investigação em Políticas e Bioeconomia, localizado em Roma, Itália, teve como objetivo investigar a aceitação dos consumidores italianos em relação aos alimentos geneticamente modificados. Através de dados recolhidos numa sondagem que envolveu 564 pessoas, os investigadores testaram:
a) O nível de conhecimento dos consumidores sobre as técnicas de modificação genética;
b) Se têm consciência das diferenças entre técnicas estabelecidas baseadas em métodos clássicos de cruzamento e seleção e técnicas biotecnológicas mais precisas;
c) A sua propensão para comprar alimentos geneticamente modificados, com um foco específico nas questões de segurança alimentar e sustentabilidade ambiental.
Utilizando o Modelo estatístico Multinomial Logit (MNL) e partindo de três hipóteses, o estudo destaca uma lacuna na transferência de conhecimento e, em geral, no processo de comunicação. Isto resulta numa desinformação generalizada que dificulta as escolhas informadas dos consumidores. O estudo também enfatiza a sensibilidade dos consumidores à segurança alimentar, incluindo questões ambientais, mas ainda relacionadas com a segurança dos alimentos.
Leia o estudo aqui.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.