A recusa da União Europeia em permitir o cultivo de variedades geneticamente modificadas levou à libertação de 33 milhões de toneladas de dióxido de carbono. É a conclusão de um estudo realizado por cientistas dos EUA e da Alemanha.
Com exceção de Portugal e Espanha, que produzem apenas uma variedade geneticamente modificada de milho, a União Europeia proíbe os seus Estados Membros de utilizar sementes melhoradas por engenharia genética. Mas essa política tem custos ambientais muito altos, segundo um estudo pré-publicado no bioRxiv, realizado por investigadores do instituto de Investigação Breakthrough, no Estado norte-americano da California, e da Universidade de Göttingen, na Alemanha.
Ainda sem revisão formal dos pares, o estudo mostra que recusa da UE em permitir o cultivo de variedades geneticamente modificadas (GM) levou a uma emissão anual extra de 33 milhões de toneladas de CO2, o equivalente a 7,5% das emissões de gases de efeito estufa de todo o setor agrícola europeu ou ao que 10 a 20 centrais a carvão poderiam emitir num ano.
E como afirmam os próprios autores, se tivessem levado em consideração a influência que a UE tem em África e na Ásia relativamente aos OGM, a utilização da biotecnologia na agricultura “permitiria a redução de muito mais do que 33 milhões de toneladas na emissão de CO2.”
Emma Kovak, Dan Blaustein-Rejto e Matin Qaim acrescentam que o uso das novas tecnologias de edição de genomas no desenvolvimento de novas variedades agrícolas poderia adicionar grandes benefícios à mitigação dos gases com efeito de estufa.
Para mais informações, leia a pré-publicação do estudo no bioRxiv e a notícia relacionada do jornalista, escritor e ativista ambiental britânico Mark Lynus, no site da Cornell Alliance for Science.
CiB-Centro de Informação de Biotecnologia
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.