Investigadores da Universidade de Valencia quiseram saber como os insetos e os vermes microscópicos se defendem das toxinas do Bacillus thuringiensis e concluíram que o uso continuado de bioinseticidas à base de Bt provoca resistência nas espécies alvo.
Com este estudo realizado pelo BioTecMed – Instituto de Biotecnologia e Biomedicina da Universidade de Valencia e divulgado na Microbiology and Molecular Biology Reviews sobre os mecanismos de defesa de insetos e nematóides (vermes microscópicos) contra as toxinas do Bacillus thuringiensis (Bt), os autores demonstraram que o uso continuado de inseticidas à base de Bt causa resistência.
Como salientam os investigadores, uma das alternativas mais populares à aplicação intensiva de químicos de síntese (que têm impactos negativos no meio ambiente e na saúde humana) é o controlo biológico de pragas, que pode ser feito com inseticidas à base de uma bactéria chamada Bacillus thuringiensis. Trata-se de uma bactéria entomopatogénica, ou seja, tem a capacidade de matar ou de incapacitar determinadas pragas porque ela própria produz diferentes tipos de proteínas que são tóxicas para várias espécies de insetos, ácaros e nematóides.
Os resultados do estudo foram divulgados na Microbiology and Molecular Biology Reviews, revista científica da American Society for Microbiology.
De referir que os inseticidas à base de Bt são também muito utilizados na designada agricultura biológica para o controle de pragas.
Além do inseticida Bt, existem plantas geneticamente modificadas que expressam essas proteínas inseticidas. O único exemplo em toda a União Europeia é o milho Bt, desenvolvido para ser resistente à broca, que só pode ser produzido em Portugal e Espanha (veja também o estudo Twenty-one years of using insect resistant (GM) maize in Spain and Portugal: farm-level economic and environmental contributions, de Graham Brookes, ou assista ao vídeo de apresentação pelo autor).
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.