Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações de indústria alimentar e das bebidas perfizeram 7.040 milhões de euros (M€) em 2022, o que representa um crescimento de 20,8% em relação a 2021. A Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA) sublinha o contributo de produtos como o azeite, o vinho, as conservas de peixe, o leite e derivados para este incremento e refere que o valor «ultrapassa as expectativas», numa altura em que as empresas da indústria alimentar e das bebidas «continuam a enfrentar enormes desafios».
Espanha foi o principal mercado de destino das exportações portuguesas de produtos alimentares e bebidas no ano passado, atingindo 2.472 M€. Angola, com um aumento de 34,6% na exportação destes produtos face a 2021, foi o mercado em que se registou maior subida.
A FIPA destaca também o crescimento das exportações para o Reino Unido – «país com o acordo comercial mais antigo» –, de 3,3% (para 353,34 M€), para os Estados Unidos da América (10,5%) e para o Brasil (17,1%). A entidade recorda ainda que o sector da indústria alimentar e das bebidas «tem como meta ultrapassar os 10.000 milhões de euros em vendas para o exterior dentro de três anos».
«Ultrapassar as previsões deixa-nos muito satisfeitos e no bom caminho para alcançar os nossos objectivos. Vivemos numa conjuntura desafiante e onde diariamente as empresas fazem um grande esforço para alcançar a sua ambição. Falta agora uma maior participação das entidades oficiais para se cumprir o desígnio nacional de ir mais além e melhorar a componente da promoção externa e da internacionalização», diz Jorge Henriques, presidente da FIPA. «Esperamos instrumentos que atendam às preocupações do sector, como um maior rigor na alocação de fundos para a promoção externa e uma avaliação do impacto na sua aplicação, além de maior empenho no eliminar de barreiras alfandegárias em várias latitudes», assinala Jorge Henriques.
Artigo publicado originalmente em Revista Frutas, Legumes e Flores.