Pedro Queiroz

Exportar com custos – Pedro Queiroz

O Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentou, recentemente, os dados das exportações referentes a 2021. De acordo com a análise da FIPA referente às transações dos produtos alimentares e bebidas, os resultados comprovam o empenho das empresas do setor em colocar nos mercados externos o produto nacional, registando-se um crescimento anual de 14%.

As expectativas continuam a ser de crescimento para 2022, mas importa assinalar que, embora possam ter sido ultrapassados os impactos diretos da pandemia, o tecido empresarial continua a enfrentar uma conjuntura adversa, herdada dos últimos meses do ano passado.

Um dos exemplos é a disrupção das cadeias de logística e o aumento de custos. Dados do mais recente Boletim Económico da FoodDrinkEurope indicam um aumento de 67% nas taxas de transporte aéreo e de 359% nas taxas de frete de contentores (outubro 2021 vs. outubro 2020). E, num recente artigo sobre o tema, a Secretária-Geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Rebeca Grynspan, destacou que “um contentor passa agora mais 20% de tempo no sistema para uma típica transação comercial porta-a-porta, e os navios, reboques e contentores ficam presos em portos congestionados”.

Este é apenas um dos exemplos de fatores que impactam as transações comerciais internacionais. Por isso, quando sublinhamos os bons resultados das exportações nacionais, não estamos apenas a comunicar números. Estamos a assinalar a enorme capacidade das empresas da indústria agroalimentar em ultrapassar barreiras e sublinhar que, no contexto nacional, este é o momento para que sejam desenhadas políticas de exportação e internacionalização mais sólidas, que permitam um ganho de dimensão do setor e da economia.

Fonte: FIPA


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