Novo relatório reforça o papel da preservação do solo, das florestas e dos sistemas agroflorestais na mitigação dos principais problemas mundiais.
A FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, apresentou o relatório sobre o Estado das Florestas no Mundo 2022 (State of the World Forests – SOFO 2022) no XV Congresso Florestal Mundial, que decorreu em Seul.
O novo documento reforça o papel da preservação do solo, das florestas e dos sistemas agroflorestais na luta contra os principais problemas mundiais, referindo, para além da crise climática e da perda de biodiversidade, os conflitos e a pandemia.
Para a FAO, é impossível caminhar para uma economia saudável sem utilizar melhor a floresta – que cobre 31% da superfície terrestre – e sem aumentar o investimento na sua conservação. São três as potenciais soluções adiantadas pelo SOFO para uma recuperação económica e ambiental.
- Parar a desflorestação – entre 2015 e 2020 perderam-se 10 milhões de hectares por ano – evitaria a emissão anual de cerca de 3,6 gigatoneladas de gases com efeito de estufa equivalentes a dióxido de carbono, entre 2020 e 2050, o correspondente a 14% da redução fundamental para que o aquecimento global se mantenha abaixo de 1,5 ºC.
- Recuperar, com mosaicos de floresta, árvores e agricultura, 1,5 mil milhões dos 2,2 mil milhões de hectares de solos degradados a nível mundial, o que se traduziria numa expansão agroflorestal e em maior produtividade agrícola.
- Usar as florestas de forma sustentável e construir cadeias de valor “verdes”, para criar oportunidades de emprego e de meios de subsistência mais seguros. As previsões do consumo global de recursos naturais indicam um aumento de 92 mil milhões de toneladas, em 2017, para 190 mil milhões de toneladas em 2060.
Em 2020, a área agroflorestal era de 45 milhões de hectares e a tendência é para este valor crescer. A FAO estima que mais de metade do PIB mundial depende moderada ou fortemente de serviços relativos aos ecossistemas, incluindo os fornecidos pelas florestas, e que cerca de 1% do emprego a nível mundial (33 milhões de pessoas) esteja diretamente ligado ao setor florestal.
O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.