A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) alertou hoje para a necessidade de os Estados-membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) reforçarem as estratégias contra as doenças de alto impacto na pecuária.
Em comunicado, esta organização referiu que o subsetor da pecuária na região da SADC está “a crescer mais rapidamente do que a maioria das componentes da economia agrícola”.
Os principais motores deste desenvolvimento são “o rápido crescimento populacional, a urbanização e o aumento do consumo de alimentos de origem animal, devido à melhoria do rendimento e a uma classe média em crescimento”.
Segundo o escritório regional da FAO para África, nos últimos anos novos serótipos de febre aftosa e outras doenças animais transfronteiriças emergentes, como a peste suína africana, peste dos pequenos ruminantes e a gripe aviária altamente patogénica têm ameaçado a segurança alimentar e a segurança dos 16 países da região da África Austral.
“Estas doenças são responsáveis por perdas significativas de produção animal e limitam o crescimento socioeconómico”, lê-se no comunicado.
“A falta de quadros políticos e regulamentares adequados mina o cumprimento dos requisitos sanitários, limitando assim as oportunidades comerciais e o acesso aos mercados regionais e internacionais”, refere a organização.
Tendo em conta que, além de alguns países que gozam de acesso a mercados lucrativos de exportação de carne bovina, “a maioria dos Estados-membros da SADC ainda não conseguiu libertar todo o potencial dos seus recursos pecuários”, a FAO está a desenvolver o projeto “Apoio à Operacionalização da Política Agrícola Regional da SADC” (STOSAR) para “reforçar a cooperação regional na abordagem das doenças animais transfronteiriças e reduzir os seus efeitos negativos na segurança alimentar, nutrição e comércio”.
“A gestão de doenças animais transfronteiriças de alto impacto é complexa e pode esgotar rapidamente as capacidades dos países, em termos de contenção e erradicação. Requer, portanto, um esforço coletivo, associado a abordagens inovadoras, para gerir os riscos das doenças animais e da segurança alimentar que comprometem a segurança alimentar e o comércio internacional”, indica a FAO.
E defendeu “o desenvolvimento e a adoção de normas harmonizadas e procedimentos validados adaptados ao contexto da região são também necessários”.
“Uma gestão bem-sucedida das doenças animais depende, em grande parte, de uma abordagem regional, onde os países com maior capacidade trabalham em conjunto de uma forma coordenada”, adiantou a organização.