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FAO quer inverter o processo de degradação dos solos

A agência da ONU para a agricultura e alimentação (FAO, na sigla em Inglês) apelou a “inverter o processo de degradação dos solos”, que já afeta um terço destes, através, por exemplo, da poluição, salinização e erosão.

Esta inversão, alertou a FAO, é condição para se poder alimentar uma população crescente, proteger a biodiversidade e enfrentar a crise climática.

As práticas agrícolas insustentáveis, a sobre-exploração dos recursos naturais e o crescimento demográfico exercem uma pressão acrescida sobre os solos.

Um terço já estão degradados no mundo inteiro – 70% no caso da Europa – e “os especialistas estimam que a erosão dos solos podia provocar uma perda de 10% da produção agrícola até 2050”, segundo um comunicado da FAO, divulgado hoje em Berlim.

Esta degradação dos solos já provocou “a libertação de 78 giga toneladas de carbono na atmosfera”, quando os solos podem sequestrar até 2,05 megatoneladas-equivalente de dióxido de carbono por ano, o que permitiria compensar até 34% das emissões de gases com efeitos de estufa provenientes das terras agrícolas”.

Ora, a FAO estima que os sistemas agrícolas – a rede complexa e interligada constituída por solos, terras e água – atingiram o seu “ponto de rutura”.

Com a erosão, as principais ameaças são a poluição e a salinização dos solos.

A FAO volta a apontar ara “uma utilização excessiva ou inapropriada de produtos agroquímicos”, cuja produção anual mundial “deve aumentar em 85% até ao final da década”.

A salinização afeta “160 milhões de hectares de terras cultiva-as no mundo” e “provoca cada ano perdas de produtividade em 1,5 milhões de hectares”.

Para melhor detetar situações críticas, a FAO lançou em outubro uma “carta mundial dos solos afetados pela salinização”, um projeto conjunto que envolve 118 países e centenas de agregadores de informação.

O objetivo é informar os dirigentes políticos que têm de decidir sobre adaptações às alterações climáticas e a montante de projetos de irrigação.

“É preciso fazer mais”, exige a organização, que aconselha os países a investirem mais na gestão durável do solo.


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