A Federação Agrícola dos Açores pediu hoje um reforço do investimento, considerando que essas verbas “terão sempre retorno económico e social”, e voltou defender a necessidade de uma “boa execução” dos montantes alocados ao setor no Orçamento regional.
Para o presidente da Federação Agrícola açoriana, Jorge Rita, é preciso “continuar a investir, porque é um setor que tem tido retorno em toda a economia regional”.
“O reforço no orçamento faz todo o sentido e alocar também as verbas que vêm pelo Plano de Recuperação e Resiliência, mais aquelas que são da transição”, permitiria “fazer aqui um pacote de ajudas aos agricultores e à agricultura no seu todo”, afirmou.
O representante do setor falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, depois de ter sido recebido em audiência pelo presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, e pelo secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Joaquim Bastos e Silva, na preparação do Plano e Orçamento da região para 2021.
Jorge Rita concretizou que a “capitalização do setor tem a ver, essencialmente, com os rateios” nos fundos comunitários específicos para a agricultura alocados à região, como o POSEI, um programa de apoio comunitário às regiões ultraperiféricas.
“Se os Açores colmatassem essa situação, seria extremamente importante para todos os setores da atividade agrícola da Região Autónoma dos Açores, do leite, da carne, às produções vegetais”, salientou.
Além disso, acrescentou, é também importante continuar a investir nos “caminhos, água e luz” para as explorações agrícolas e “nas indústrias”, uma fileira onde deve haver um “sentido prático de criar novos produtos” e de apostar na “valorização daqueles que existem”.
O presidente da Federação Agrícola dos Açores lembrou também que “a agricultura tem um peso económico e social que cada vez representa mais”.
“A manutenção do emprego por via da agricultura é extremamente importante. Podemos estar cientes [de] que as verbas adstritas à agricultura terão sempre retorno económico e social”, referiu.
À semelhança do que tem vindo a acontecer em anos anteriores, o representante voltou a destacar que o que é “fundamental é que as verbas que estiverem ligadas ao setor, todas elas, tenham boa execução”.
“Não vale a pena anunciar milhões, quando depois, na prática, só se executa tostões”, disse.
Ao longo do dia de hoje, o presidente do Governo Regional e o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública estão a auscultar vários parceiros sociais sobre o Plano e Orçamento da região para 2021.
O documento será discutido e votado na Assembleia Regional até abril.