A Federação Agrícola dos Açores entende que a discussão do Orçamento do Estado para 2020 inclui propostas de alteração que introduzem taxas no setor agrícola que têm de ser veemente contrariadas face à demagogia com que são feitas, não tendo por isso, qualquer racionalidade, sendo promovidas por quem não conhece nem quer conhecer a realidade do país onde vive, já que confunde conceitos agronómicos, como por exemplo, identificar todo o setor pecuário do país como intensivo.
Mais uma vez, estas propostas revelam um desconhecimento injustificável da realidade da Agricultura Portuguesa e em particular, da Agropecuária que é praticada na região, onde existe uma ligação perfeita entre animais e ambiente, pelo que a aplicação de taxas às várias espécies animais, como os bovinos, é uma aberração e cria um precedente grave que pode contribuir para a criação de um fosso maior entre meios urbanos e meios rurais, funcionando inclusivamente, como um entrave à neutralidade carbónica que a União Europeia pretende atingir em 2050.
Desta forma, apela-se ao Governo da República, aos partidos políticos com assento na Assembleia da República e também ao próprio Governo dos Açores que assumam uma postura frontalmente contra este tipo de propostas, e repudiem esta tendência intelectual populista, onde se promove a difusão de correntes de opinião ambíguas e eventualmente obscuras, prejudicando a produção nacional em detrimento das importações, na área alimentar.
Finalmente, todas estas propostas tendem a penalizar os consumidores nacionais, já que a criação de mais taxas, só iria encarecer o cabaz alimentar familiar.