As declarações do Ministro do Ambiente proferidas no âmbito da apresentação do Roteiro para a Neutralidade Carbónica para 2050, foram para a Federação Agrícola dos Açores uma surpresa, uma vez que a sua intervenção revela um desconhecimento injustificável da realidade da Agricultura Portuguesa e em particular, da Agricultura dos Açores.
É inadmissível que na apresentação dum projeto com estas características seja apontada a hipótese de redução da produção nacional de bovinos entre 20% e 50%, atendendo a que esta, é fundamentalmente em regime extensivo, principalmente, nos Açores, onde a pastagem é a base da alimentação dos animais.
Por outro lado, o bem-estar animal e as preocupações ambientais estão devidamente integradas na Política Agrícola Comum que é aplicada pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e são integralmente cumpridas pelos agricultores, pelo que não se compreende a forma simplista e leviana com que são feitas estas declarações, que põem inclusive em causa, a sobrevivência da fileira do leite e da carne no país, com a consequente diminuição das suas produções, compensadas por importações doutros países, onde a condição humana é muitas vezes posta em causa, para além das consequências ambientais, que são muitos superiores á do espaço europeu e em que a verdadeira pegada ecológica é um grande problema.
Face ao difundido, a Federação Agrícola dos Açores entende que no caso regional, onde a agropecuária é a principal atividade da economia, e por isso, a produção de bovinos tem uma importância decisiva em todas as ilhas, as afirmações do Ministro do Ambiente têm de ser devidamente repudiadas e aguarda que o Governo dos Açores defenda os Agricultores Açorianos duma forma vigorosa e sem qualquer tipo de reservas mentais, porque acima de tudo, a sua função é defender os interesses dos Açorianos.
Santana, 5 de dezembro de 2018
A Direção