São já 187 os produtores/agricultores de todo o género de fruta e legumes que fornecem a Fruta Feia, um projeto que nasceu da necessidade de inverter as tendências de normalização de frutas e legumes, relativamente a formato, cor e calibre, ou seja, exigências estéticas que fazem com que muita fruta seja recusada, logo não vendida, levando a um desperdício de cerca de 30% do que é produzido pelos agricultores.
Daí que o principal objetivo da Fruta Feia seja “reduzir as toneladas de alimentos de qualidade que são devolvidos à terra todos os anos pelos agricultores e com isso evitar também o gasto desnecessário dos recursos usados na sua produção, como a água, as terras cultiváveis, a energia e o tempo de trabalho”, define o projeto no seu site.
Recorde-se que mais de um terço dos frutos e legumes produzidos na Europa não chegam a ser comercializados por razões estéticas, de acordo com um estudo da Universidade de Edimburgo, publicado recentemente no Journal of Cleaner Production. Mais acrescenta o estudo que cerca de 50 milhões de toneladas de frutos e vegetais produzidos na Europa não chegam às prateleiras dos supermercados, porque não correspondem às exigências.
Com o lema “Gente bonita come fruta feia”, este projeto surgiu em 2013, portanto acaba de assinalar o seu 5.º aniversário, assente num modelo de Cooperativa de Consumo sem fins lucrativos, uma vez que todo o lucro alcançado é “direcionado ao crescimento do projeto e cada membro é parte integrante deste.”
Atualmente com 11 delegações, a Fruta Feia abastece 5.166 consumidores particulares ou associações, cafés, restaurantes, tendo evitado, até ao momento, o desperdício de 1.327 toneladas. Mas a Fruta Feia quer expandir-se e ir além da sua área atual que compreende as áreas de Lisboa, Almada, Amadora, Cascais, Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos. Para tal, tem estabelecido parcerias com quem acredita no projeto que é mesmo que dizer “quem feio ama, bonito lhe parece”.