A SIC falou com o Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens.
Na Serra da Estrela, é tempo de pensar em recuperar o Parque Natural. Ainda não se sabe o real impacto que o incêndio teve na fauna, mas o fogo pôs em risco várias espécies animais, algumas delas em vias de extinção.
Ao Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (CERVAS) chegam cerca de 700 animais por ano. A missão é recebê-los, tratá-los e devolvê-los à natureza.
Entram frequentemente devido a atropelamentos, colisões com estruturas, eletrocussões, animais apreendidos em situações de cativeiro ilegal
Uma minoria chega por causa dos incêndios: em 2017, o CERVAS recebeu oito animais.
Há dias receberam uma fuinha, trazida de Manteigas por dois vigilantes do Parque Natural da Serra da Estrela.
Vinha já muito debilitado, queimado, e acabou por morrer
O fogo ameaçou espécies que já estavam em declínio e outras que estavam em expansão.
Temos, por exemplo, o caso do corço. É uma espécie que, estando a recuperar, podia também criar aqui novas cadeias alimentares para espécie que desapareceram no passado na Serra da Estrela, como o lobo ibérico. Portanto, o impacto de um fogo é este: é imediato, mas depois com várias consequências a longo prazo, numa cadeia que vai desde as plantas até aos grandes animais
Está ainda por determinar o impacto real do fogo na fauna e na flora do Parque Natural da Serra da Estrela. Ricardo Brandão diz que é preciso fazer esse estudo, antes de se decidir futuras ações de recuperação. E para tratar o problema a fundo, não chega pensar a curto prazo.
Precisamos de paciência, de olhar para a floresta como ela é hoje e perceber também o que é que queremos que ela seja no futuro, que de alguma forma vamos conhecendo aqui na zona
Na Serra, os próximos tempos serão de muito trabalho. Para contabilizar o prejuízo e recuperar ecossistema do Parque Natural.