Geolocalização de Embarcações de Pesca

Geolocalização de Embarcações de Pesca

2025-08-22 (IPMA)

“Porque os barcos de pesca devem ser geo-localizados com grande precisão?” foi uma questão que se procurou responder no artigo científico “Implications of low temporal resolution of vessel tracking systems”. A equipa reuniu investigadores do IPMA e parceiros de 15 institutos europeus.

A investigação procurou demonstrar como a frequência de registo da posição das embarcações de pesca, influencia de forma decisiva a qualidade da informação usada na gestão sustentável dos recursos marinhos.

O estudo demonstra que uma baixa resolução temporal, ou seja, intervalos longos entre registos da posição das embarcações, compromete significativamente a precisão da informação obtida. Entre os principais impactos identificados destacam-se:

– Representação inadequada do esforço e das áreas de pesca;
– A precisão dos métodos para inferir atividades de pesca torna-se limitada;
– Dificuldades para demonstraem que estão em cumprimento da lei;
– Conflitos no ordenamento do espaço marítimo (asegurando que o espaço da pesca é tido em conta pela gestão);
– Representação incorreta dos impactos da pesca nos ecossistemas;
– Análises imprecisas do risco de capturas acessórias (bycatch);
– Vieses na projeção espacial das atividades de pesca;
– Afetação de índices de abundância baseados em CPUE, com consequências na avaliação dos stocks e mortalidade (e como tal, na quantidade de recursos que pode ser capturado).

O tema torna-se especialmente relevante devido à nova legislação europeia, que obriga à monitorização de todas as embarcações de pesca, incluindo a pequena pesca costeira (≤12 m).

O estudo apresentou as seguintes recomendações:
– Para a pequena pesca e artes passivas, a frequência mínima de registo deve ser de 30 segundos;
– Para a pesca de maior escala com artes ativas, a frequência ótima deve situar-se na ordem de poucos minutos, dependendo do tipo de arte utilizada.

Os autores sublinham que estas medidas devem ser acompanhadas de mecanismos de apoio à adoção tecnológica, e sempre, em estreita colaboração com o setor da pesca, de forma a garantir viabilidade, cumprimento e sucesso a longo prazo.

Este trabalho fornece evidências científicas importantes para os decisores políticos, reforçando a necessidade de definir intervalos mínimos de registo adaptados a cada segmento da frota, de forma a assegurar uma gestão sustentável dos recursos marinhos e a proteção dos ecossistemas.

 

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O artigo foi publicado originalmente em IPMA.

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