Gerir floresta é rentável nos baldios da região do Barroso 

A CAPOLIB – Cooperativa Agro Rural de Boticas é a anfitriã de uma visita de campo copromovida pelo Centro PINUS, o Centro de Competências de Pinheiro e a Forestis que, no dia 27 de junho, pretende mostrar no Baldio de Pinho, em Boticas, como o investimento público na gestão da floresta gera rentabilidade para a comunidade e alavanca a economia rural. 

Os resultados e o sucesso do ordenamento florestal desenvolvido nos baldios de Boticas, ao longo de vários anos, atraem à região do Barroso especialistas em floresta, proprietários, compartes e gestores de baldios. Uma das motivações é conhecer no terreno exemplos de gestão profissional que valorizam a floresta, promovem a resiliência do território rural, e ao mesmo tempo, dinamizam a economia rural através da criação de postos de trabalho.

A equipa técnica da CAPOLIB, parceira desta ação inserida no Roteiro PINUS 2025, irá levar os participantes a conhecer quatro áreas florestais distintas onde o pinhal-bravo tem um papel único.

Esta será uma oportunidade para beber do conhecimento e da experiência desta cooperativa, gestora de 22 unidades de baldio com uma área de mais de 14 500 hectares, dos quais 7 500 hectares estão ocupados com pinhal-bravo. No terreno vai ser possível conhecer os frutos da aplicação de investimento público (como o PDR2020 ou o Fundo Ambiental), mas também de iniciativas de investimento privado.

Nas áreas a visitar, a gestão tem sido focada no futuro da floresta e nos múltiplos produtos e serviços que fornece à comunidade. Além do aproveitamento da madeira, do mel, dos cogumelos ou da pastorícia, sem esquecer o potencial dos serviços de ecossistema ao nível do carbono ou da biodiversidade, a resina junta-se a esta extensa lista de produtos e bens oferecidos pelo pinhal. 

Em algumas parcelas estão a ser testadas novas técnicas de resinagem e será possível ver soluções que pretendem tornar a atividade mais eficiente e mais atrativa, de que é exemplo a captação da resina em sistema fechado.

No contexto desta visita haverá ainda oportunidade de observar a reconversão de um povoamento de pinheiro-bravo para instalação de um povoamento de carvalho-alvarinho. A espécie folhosa beneficiou do ensombramento e das condições de ecossistema proporcionadas pela floresta de pinho. Agora o intuito será criar uma descontinuidade ao nível da ocupação das resinosas existentes, constituindo uma área de conservação que confere maior proteção ao território. 

Com início às 9h30 da manhã, a visita de campo “Boas práticas silvícolas em pinhal-bravo” é gratuita e todos podem participar mediante inscrição. Com esta visita de campo e roteiro dedicado à disseminação de informação e capacitação, o Centro PINUS – associação que representa a Fileira do pinheiro-bravo em Portugal -, pretende dar visibilidade às organizações e profissionais que, diariamente, se dedicam a valorizar a floresta de pinheiro-bravo, como é o caso da CAPOLIB no concelho de Boticas. 

Esta iniciativa é financiada pelo PRR pelo projeto Dinamização do Centro de Competências do Pinheiro-Bravo no âmbito do investimento “RE-C08-i05 – Programa MAIS Floresta (Reforço de Atuação dos Centros de Competência do Setor Florestal)” da “Componente C08 – Florestas” do Plano de Recuperação e Resiliência. 

O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.


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