
A ministra do Ambiente e Energia anunciou esta sexta-feira cerca de 19 milhões de euros para financiar os trabalhos urgentes e não urgentes de recuperação dos solos e das florestas nos municípios afetados pelos incêndios.
“As super, super urgentes já estão no terreno e parte delas estão prontas. As muito urgentes assinámos hoje (sexta-feira) […] e são essencialmente para reter as cinzas para não haver contaminação das linhas de água, segundo tudo o que é relacionado com segurar os solos para evitar erosão e derrocadas”, afirmou Maria da Graça Carvalho.
A ministra falava aos jornalistas no final da cerimónia da assinatura de 88 contratos programas, em cerca de sete milhões de euros, entre 58 municípios e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Agência para o Clima (ApC).
A cerimónia decorreu na tarde de sexta-feira no Município de Sátão, distrito de Viseu, e acolheu 58 concelhos de 12 distritos de Viana do Castelo a Beja.
Maria da Graça Carvalho enalteceu ainda o trabalho e a colaboração entre as autarquias e as instituições governamentais, que “conseguiram, logo a seguir aos incêndios, em poucos dias, começar e acabar as obras urgentes e já estão estes contratos no terreno para proteger os ecossistemas”.
“Estamos já a preparar uma segunda fase, de mais cerca de 11 milhões de euros e vai ser muito dirigida para ações mais estruturantes de restauro da natureza […] em termos de floresta, de árvores. Primeiro, ver se há um restauro natural ou se é preciso plantar”, anunciou.
Maria da Graça Carvalho indicou ainda que esse montante é para “a biodiversidade, houve alguma perdida, e também para algumas instalações que arderam, como passadiços ou instalações em praias fluviais”.
Na segunda fase, “o combate às espécies invasoras, como as acácias e os eucaliptos, mas todas, que depois dos incêndios têm tendência a proliferar com facilidade” nos solos.
“Essa é uma das grandes preocupações, a vários níveis, não só relacionadas com os incêndios, desde as algas aos peixes estranhos que estão no [rio] Guadiana, do lado espanhol, portanto temos vários problemas que preocupam”, assumiu.
A segunda fase deste financiamento do Fundo Ambiental, disse a ministra, “não é restrito” aos 58 municípios presentes esta sexta-feira em Sátão, uma vez que “vai chegar a outros, porque vai ser por parques verdes” e não tanto por concelho afetado.
“Vai ser um bocadinho diferente, porque vai agregar por conjunto de municípios, baseado nas áreas protegidas, por parques. Vamos fazer um para o Parque Nacional do Douro Internacional, que sofreu muito em termos de biodiversidade e precisa de um restauro da natureza, e para o Parque da Serra da Estrela”, exemplificou.
Maria da Graça Carvalho adiantou ainda que os incêndios deste verão “atacaram de norte a sul o país, mas, em sete territórios, foi particularmente severo, é o caso do distrito da Guarda, que ardeu 30% da área total”.
“No distrito de Viseu e de Castelo Branco arderam 15%, incluindo áreas protegidas e com valor de ecossistema ambiental”, num total “de cerca de 250 mil hectares de área ardida até ao fim de agosto”.
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