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Governo induz em erro com os “serviços mínimos” na Inspeção sanitária – alerta da APIC

Relativamente à greve de duas semanas dos trabalhadores em funções públicas, que abrange os inspetores sanitários, o “governo diz ter decretado os serviços mínimos”, não explicando que estes serviços são apenas para os abates de emergência. Utiliza uma manobra linguística para dar a ideia de que são verdadeiros serviços mínimos como os do SNS.

No passado dia 16 de dezembro, a Associação Portuguesa dos Industriais de Carne (APIC), alertou os órgãos de comunicação social sobre a greve anunciada para os trabalhadores em funções públicas que se inicia hoje e só termina a 30 de dezembro de 2022.

A APIC, tem contactado continuamente o Ministério da Agricultura e Alimentação (MAA), por força da falta de inspetores e pelas insistentes greves ao longo deste ano de 2022, sem ter obtido uma resposta. Por esta razão, contactou também o Gabinete do Primeiro-ministro, tendo este descartado para o Ministério da Agricultura e Alimentação, escrevendo: “por razão da matéria este assunto foi enviado para o MAA”.

Assim, os assuntos andam de gabinete em gabinete e as greves a acontecerem.

Agora numa manobra lamentável, o Ministério da Agricultura, o mesmo que nunca respondeu às

preocupações do setor, comunica que na sequência da greve decretou os “serviços mínimos”? Por acaso, explicou o governo o que são os tais “serviços mínimos” que decretou?

Não se trata dos mesmos serviços, que o SNS decreta, não se trata de um número de inspetores para assegurar abates normais para o consumo.

Faltou à senhora Ministra explicar que os tais serviços mínimos decretados, não são mais do que a ética dos médicos veterinários em exercício, para o caso de abates de emergência, por acidente, por calamidades (por exemplo incêndios).

Quanto a abates sanitários, faltou à Senhora Ministra explicar que os abates sanitários acontecem de forma programada, quando está em causa doenças detetadas nas explorações animais (tais como tuberculose e brucelose), sendo um processo que não acontece em período de greve, razão pela qual, não fará sentido evocar.

Ficamos assim cientes de que os serviços mínimos que a Senhora Ministra diz ter decretado apenas se referem a abates por sofrimento animal.

Ficamos a saber que estes serviços mínimos se referem à designação de um inspetor sanitário de prevenção por região, para garantir o abate de animais que tenham eventualmente sofrido um acidente ou caso surja uma calamidade.

Não estando designados inspetores sanitários para garantirem um efetivo serviço mínimo de abate para consumo.

Vamos ser sérios!

O Governo deveria ser mais responsável quanto a comunicados que apenas servem para ludibriar a opinião publica!

APIC, 19 de dezembro de 2022

Fonte: APIC

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