Ministério da Agricultura apela a quem recebeu sementes pelo correio que não as plante nem as deite para o lixo.
A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (GDAV) recebeu até agora 81 pacotes de sementes que chegaram a Portugal por correio sem terem sido encomendadas.
Em comunicado, o Ministério da Agricultura esclarece que as embalagens são provenientes de vários países asiáticos como a China e a Malásia, mas também de Malta e da República Checa, “situação que está a ser averiguada pelas entidades competentes destes países”.
No total foram identificadas 29 espécies de plantas, incluindo espécies exóticas e algumas de importação proibida e com elevado risco fitossanitário.
“As sementes foram analisadas no Laboratório de Ensaio de Sementes da DGAV, tendo-se verificado que a grande maioria apresenta poder germinativo superior a 75%.”
O Ministério da Agricultura reitera o apelo deixado no mês passado os portugueses que recebam estas sementes para que não as semeiem nem deitem no lixo.
Pede-se que sejam entregues num serviço regional da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, numa Direção Regional de Agricultura e Pescas ou entregues à PSP ou GNR. Podem também ser enviadas, com a embalagem original, incluindo a etiqueta de expedição, para a DGAV (Campo Grande 50 – 1700-093 Lisboa).
Em setembro, muitos portugueses receberam pequenos sacos com sementes ou caroços de fruta pelo correio que nunca encomendaram, um fenómeno semelhante ao registado nos Estados Unidos no mês anterior.
Na altura, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos explicou que se tratava de um esquema das lojas online de vários países asiáticos, que consiste em enviar pelo correio artigos de pequenas dimensões e baixo custo, não solicitados, para depois escrever no site falsos comentários positivos sobre a suposta encomenda.
Chama-se “esquema da escova” e o objetivo é melhorar o rating do site com um grande número de avaliações positivas, aumentando, assim, a confiança dos consumidores e, consequentemente, as vendas.
O mais provável é que quem recebeu uma ou mais cartas com sementes tenha encomendado no passado outro produto no site em causa, o que explica como é que os autores do esquema têm acesso à morada e dados da pessoa visada.
Além disso, na alfândega ou correios é difícil identificar os alvos deste esquema porque as encomendas vêm identificadas como contendo outro produto, como um relógio ou brincos.