O Governo aprovou, na última reunião do Conselho de Ministros, uma nova estratégia para aumentar os níveis de autoaprovisionamento de cereais em Portugal, atualmente fixados nos 19%.
De acordo com o comunicado de imprensa, o objetivo passa por simplificar os processos de licenciamento de infraestruturas hidráulicas, aumentar o rendimento dos produtores, dinamizar a produção de sementes certificadas e de genética nacional, reforçar a capacidade de armazenamento de água e melhorar a eficiência no uso dos recursos hídricos e energéticos, em alinhamento com a Estratégia Nacional Água que Une.
 
A utilização da biotecnologia é vista como uma via para reforçar a resiliência agrícola e responder às alterações climáticas, às pragas e doenças, bem como à necessidade de produzir mais com menos recursos.
Além disso, serão igualmente implementados instrumentos de gestão de risco para apoiar a mitigação dos efeitos climáticos e promover a agricultura de precisão.
 
A estratégia inclui igualmente a adoção de práticas de gestão e proteção dos recursos naturais, água, solo e biodiversidade, e o recurso a tecnologias digitais que permitem reduzir custos sem comprometer a sustentabilidade.
Segundo a nota de imprensa, a estratégia contempla ainda o reforço da competitividade e a promoção do conhecimento sobre os modelos de abastecimento, gestão e infraestruturas de cereais em Portugal.
 
A comunicação adianta também que será reforçada a capacidade estrutural do setor através de um conjunto adicional de medidas, entre as quais a criação de uma rede nacional única agrometeorológica para apoio à definição das dotações de rega, a promoção da inovação e da transferência de tecnologia, o fortalecimento das estruturas interprofissionais, a valorização da produção nacional, a estabilização do rendimento através de seguros e a monitorização dos stocks para aumentar a transparência do mercado.
 
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.