O presidente da Câmara Municipal de Armamar disse hoje à agência Lusa que o “granizo severo” do fim de semana causou prejuízos nos pomares acima dos três milhões de euros (ME) e deixou a próxima colheita comprometida.
“Em alguns casos há perda total de culturas, irremediavelmente destruídas. Para além disso, o granizo ainda causou danos nas plantas, quer na vinha, quer no pomar, o que vai comprometer a produção do próximo ano, ou mesmo dos próximos anos”, destacou João Paulo Fonseca.
O presidente da Câmara de Armamar referiu que o granizo começou por cair na sexta-feira, “mas atingiu uma pequena franja”, depois, ao longo do fim de semana houve mais episódios de queda, com o domingo a registar “um fenómeno bastante adverso”.
“Durante 40 minutos caiu granizo com intensidade, foi granizo severo, com dimensão considerável, o que acabou por destruir tudo o que apanhou. Há prejuízos em infraestruturas, casas particulares e lojas comerciais, mas o que mais preocupa é a agricultura”, sublinhou.
João Paulo Fonseca disse que a autarquia está no terreno, juntamente com a associação de produtores e técnicos do Ministério da Agricultura, a fazer um “levantamento mais afinado” dos prejuízos causados” e que ele já se reuniu, hoje, com a diretora regional da Agricultura do Norte, Carla Pereira.
“Mas já podemos dizer que só no que diz respeito ao setor agrícola”, sobretudo nos pomares, “são acima dos 3 ME de prejuízo. Da reunião saiu, pelo menos, a intenção de criar uma linha de apoio para os nossos produtores, que já tinha sido anunciada até por causa de Vila Real também [região igualmente afetada]”, contou.
Uma linha que o autarca pediu à diretora regional para ser “reforçada para fazer face aos prejuízos no território de Armamar” e também solicitou que “essas linhas de apoio tenham algum período de carência” para os agricultores.
“Essas linhas têm de permitir que os nossos produtores possam recorrer a elas e efetuar os pagamentos dos créditos, porque estamos a falar de um concelho que, nos últimos cinco anos, foi atingido quatro vezes por episódios desta natureza, essencialmente granizo”, lembrou.
João Paulo Fonseca explicou que “os produtores acabam por já não poder ter capacidade para recorrer ao crédito, a não ser que seja gerado um período de carência para que o consigam fazer”.
Dos pomares que possuem redes anti-granizo, o autarca explicou que “só cerca de 10% da produção do concelho” é que tem essa proteção e, dessa percentagem “só uns 2% é que foi atingido e a rede funcionou bem”.