Por: Artur Saraiva1, Raquel Saraiva1, Albertina Ferreira1, Ana Paulo1, Anabela Grifo1, João Noéme2, Mafalda Ferreira1, Nuno Barba1, Pedro Guilherme2, Samuel Guerreiro1, Sónia Garcia2, Margarida Oliveira1
1 ESAS – Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Santarém
2 TERRAPRO – Technologies
RESUMO
O uso eficiente da água é hoje uma necessidade por parte dos olivicultores, dados os constrangimentos crescentes verificados na sua disponibilidade atual e futura. O projeto H2Oliva, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, teve como objetivo a promoção e demonstração de práticas eficientes de gestão de água de rega, com o apoio das tecnologias de monitorização atualmente existentes.
As sessões foram estruturadas com uma metodologia baseada no princípio do “aprender-fazendo” e procurou que os participantes acompanhassem as diferentes fases de implementação de um roteiro dirigido ao uso eficiente da água, onde puderam experienciar em primeira mão as vantagens, desvantagens, desafios e oportunidades da sua utilização. As sessões, com componente teórica e prática, decorreram nos três produtores parceiros do projeto, nas duas regiões abrangidas (Alentejo e Ribatejo). A utilização de exemplos concretos e o acompanhamento do ciclo cultural permitiu transmitir o conhecimento de base fundamental para um uso eficiente da água.
INTRODUÇÃO
Atualmente, o impacte das alterações climáticas na região do Mediterrâneo tem-se refletido em alterações na severidade e frequência de fenómenos climáticos extremos. Em Portugal começa a ser habitual falar-se em eventos extremos de temperatura, como é o caso do novo valor máximo de temperatura do ar registado 0,5 ºC acima do anterior recorde de 46,5 ºC, em 1995, para o mês de julho. Paralelamente, observa-se uma redução da disponibilidade hídrica em Portugal, verificando-se com frequência um panorama de seca severa ou extrema na quase totalidade do território nacional, como foi observado logo no início do último verão (IPMA, 2022). Analisando o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) verifica-se que são cada vez mais evidentes os impactes existentes. Segundo o IPCC, é também possível prever, com maior nível de confiança, que a Europa colocará em risco, não só o seu capital humano, como as suas economias e infraestruturas devido ao aumento do nível do mar, à escassez de água e às perdas de produção nas culturas, pela combinação da temperatura, seca e condições extremas. Num futuro próximo, o uso eficiente da água e a sua adequada gestão são apresentados como uma das medidas de adaptação (IPCC, 2022), tornando-se por isso essencial o aumento da eficiência do uso da água, como resposta às alterações climáticas.
Nota de Redação:
Artigo publicado na edição n.º 46 da Revista AGROTEC.
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