Um grupo de investigadores da Universidade de Nagoya, no Japão, descobriu uma via anteriormente desconhecida que regula se uma planta utiliza os seus recursos para o seu crescimento ou para a tolerância ao stresse. De acordo com a universidade, a descoberta pode permitir controlar a resposta ao stresse em condições agrícolas, aumentando o rendimento das colheitas.
Segundo explicado em comunicado, o grupo investigou o papel das hormonas e dos seus recetores na resposta ao stresse, focando-se em três recetores para os quais as hormonas correspondentes ainda não tinham sido identificadas.
Através da planta Arabidopsis thaliana, descobriram a família PSY, que funciona como uma hormona, ligando-se a estes recetores e mediando a resposta.
Quando os investigadores investigaram o caminho envolvido, fizeram uma descoberta inesperada. Normalmente, os recetores e hormonas funcionam como fechaduras e chaves, com a hormona (neste caso, uma hormona PSY peptídea) agindo como uma chave que é necessária para iniciar um processo biológico. No entanto, neste estudo, as células vegetais que não produziram PSY tiveram, no entanto, uma resposta ativa ao stresse. Dessa maneira, a presença do PSY no recetor, mantém essa resposta inativa.
Para testar a natureza das respostas ao stresse, os investigadores cultivaram plantas em condições extremamente stressantes, utilizando calor, sal e infeções por bactérias. Os cientistas concluíram que as plantas em stresse deixam de libertar PSY, a ausência da qual induz genes de resposta ao stress.
Para explicar este fenómeno, os investigadores propuseram um mecanismo em que as células danificadas reduzem a concentração de hormonas PSY nas camadas celulares ao lado dos locais danificados. Esta falta de PSY despoleta a resposta ao stresse. Um tal mecanismo equilibraria a tolerância ao stresse com os custos energéticos associados. Como resultado, mesmo nas condições ambientais mais stressantes, as plantas ainda poderiam crescer gerindo os seus recursos limitados.
“A maioria dos mecanismos encontrados na Arabidopsis são encontrados noutras plantas. Portanto, os nossos resultados aplicam-se a todas as culturas”, explicou o investigador Yoshikatsu Matsubayashi.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.