ICNF assinala Dia Nacional do Sobreiro e da Cortiça 

 Melhoria do vigor dos povoamentos, do solo, e das condições fitossanitárias entre as prioridades estratégicas do ICNF para gestão do montado de sobro 

No Dia Nacional do Sobreiro e da Cortiça, que se celebra a 1 de junho, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) destaca a importância do montado de sobro, da cortiça e o seu valor em termos económicos, de biodiversidade, serviços dos ecossistemas, sequestro de carbono e identidade cultural. 

O sobreiro é uma das árvores autóctones mais valiosas da flora portuguesa, e representa 22,3% da área florestal do território (720 000 ha), um lugar cimeiro na composição da floresta existente e potencial do Continente, em quase todas as regiões do País. Para além da cortiça, fornece outros bens como madeira e lenha, constituindo o montado um sistema agro-silvopastoril por excelência. 

Atualmente, a cortiça e os produtos de cortiça representam 18% das exportações e 7% das importações de produtos de base florestal, que se traduz numa balança comercial positiva de mais de 920 milhões de euros. 

O ICNF sublinha o papel estratégico do Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça (CCSC) e tem presente os desafios que se colocam a estes ecossistemas, nomeadamente a perda de vitalidade das árvores, a necessidade de melhoria das práticas de gestão, a redução do potencial produtivo e uma insuficiente regeneração natural. 

Entre as prioridades estratégicas para a gestão dos montados estão a melhoria da estrutura, garantindo o seu rejuvenescimento e vigor, de forma a promover a recuperação do potencial produtivo e a salvaguardar a ambiência florestal dos povoamentos; das condições fitossanitárias, invertendo o processo de declínio que se verifica nalgumas regiões; e das condições do solo, garantindo que os montados contribuem para os objetivos, não só de combate à desertificação e de boa gestão dos recursos hídricos, mas também de mitigação das alterações climáticas. Para esse efeito, é fundamental dar continuidade aos programas de investigação e promover a difusão do conhecimento sobre o sobreiro e a cortiça e colocar a investigação e tecnologia ao dispor dos agentes da fileira. 

O Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça, constituído em 2014, agrega os agentes económicos da fileira da cortiça aos produtores e industriais, bem como os agentes das áreas da investigação, da divulgação e da transferência de conhecimento. Um dos principais objetivos é a partilha e articulação de conhecimentos, capacidades e competências no sentido da afirmação desta fileira. 

Pela sua importância ecológica, económica e social, reconhecida pela sociedade portuguesa, o sobreiro foi instituído pela Assembleia da República com a “árvore nacional de Portugal” (22 de dezembro de 2011), no âmbito das comemorações do Ano Internacional das Florestas (Resolução da Assembleia da República n.º 15/2012, de 10 de fevereiro). 

O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.


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