“Impacto brutal”: associações ambientalistas denunciam intervenção do Instituto de Conservação da Natureza na Mata dos Medos, em Almada

Corte de pinheiros-mansos, abertura de clareiras e construção de um passadiço na Mata Nacional dos Medos, que alberga uma reserva botânica, já levaram as associações Quercus e Acréscimo a apresentar queixa na GNR e a interrogar a autoridade em conservação da natureza pela intervenção iniciada há cerca de uma semana

Cortar ou danificar árvores e circular com qualquer tipo de veículo são duas das atividades interditadas na Mata Nacional dos Medos, em Almada. Esta área, também conhecida como Pinhal do Rei, integra a Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica e está a ser alvo de uma intervenção do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que as associações Quercus e Acréscimo temem ser um atentado ambiental.

“Aquilo a que assistimos na Mata dos Medos não é uma operação de silvicultura, com desbastes, desramações ou podas, como prevê o Plano de Gestão Florestal, mas sim um atropelo a este plano”, afirma ao Expresso Paulo Pimenta de Castro, da Associação de Promoção ao Investimento Florestal – ACRÉSCIMO. O engenheiro silvicultor lembra que “uma das regras nesta área de dunas é evitar o pisoteio”, mas ao autorizar o uso de maquinaria pesada sobre as dunas (como uma autocarregadora-transportadora e um estilhaçador), o ICNF revela “total contrassenso”, já que “o impacto destas máquinas nos solos de dunas antigas é brutal”.

Segundo Pimenta de Castro, “este tipo de maquinaria pesada é utilizado em operações de exploração florestal” (abate, toragem e extração de material lenhoso), tipicamente associados a “cortes rasos da floresta” (mais adequados à sua rentabilização de uso) e não “em […]


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