O Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) une forças com a BGI e com a Universidade Católica Portuguesa para lançar um relatório sobre a implementação da Economia Circular nas PMEs europeias.
Através de uma colaboração coordenada e eficiente, seis Comunidades de Conhecimento e Inovação (KICs) reuniram as suas competências para facilitar a transição das PMEs europeias para uma Economia Circular. Para tal, no último dia de janeiro lançaram oficialmente o Relatório Cross-KIC intitulado “Implementação da Economia Circular nas PMEs Europeias”, com o apoio da aceleradora de startups portuguesa Building Global Innovators (BGI) e da Universidade Católica Portuguesa.
No âmbito do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), estas seis comunidades – EIT RawMaterials, EIT Climate-KIC, EIT Digital, EIT Food, EIT Manufacturing e EIT Urban Mobility – visam cumprir uma das principais iniciativas estratégicas da União Europeia: contribuir para uma economia eficiente em recursos e neutra em emissões de carbono, conhecida como Economia Circular.
Este relatório tem como principal objetivo detalhar os principais obstáculos e desafios encontrados pelas Pequenas e Médias Empresas (PMEs) europeias na melhoria da eficiência dos seus recursos para alcançar a desejada circularidade. Alguns dos desafios identificados foram, entre outros, a falta de cultura ambiental das empresas, a falta de apoio financeiro e a falta de capacidade de integrar legislação adequada nos seus modelos de negócios.
Geograficamente foi também possível observar que as startups europeias revelaram ter maior foco na Economia Circular (3%) do que as startups norte-americanas (2%) e as startups localizadas na Ásia-Pacífico (1%), o que resulta dos esforços realizados pela UE em direção à circularidade. A perspetiva futura passa agora por aumentar a proporção de startups preocupadas com esta questão, facilitando-lhes o acesso a incentivos e fundos monetários.
Após a análise dos indicadores que medem a EC na Europa, constatou-se que há uma grande quantidade de financiamento disponível para PMEs, bem como uma variedade de fundos públicos e privados disponíveis para atividades de Economia Circular. Entre 2016 e 2020 foram investidos 28,77 biliões de euros em EC. Porém, apesar de existir um montante significativo de financiamento para as empresas, uma proporção significativa delas ainda depende do autofinanciamento.
Este relatório revela ainda que, apesar de menos de 50% das atividades de apoio às PMEs realizadas pelas KICs estarem relacionadas com a Economia Circular, as competências e as capacidades conjuntas destas comunidades são capazes de resolver as barreiras enfrentadas pelas PMEs e apresentar abordagens específicas à circularidade. Em concordância com essa ideia, as startups entrevistadas para o estudo afirmaram que as KICs estão a contribuir para melhorar as práticas de Economia Circular, atribuindo-lhes uma pontuação de 6,9 numa escala de 1 a 10.
As recomendações para o futuro envolvem o alinhamento das empresas com os princípios de Economia Circular e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); a capacitação e conscientização das mesmas sobre estes princípios através de formações e workshops; a medição e monitorização do progresso das PMEs na Agenda EC-ODS; e a vinculação dos objetivos das empresas aos incentivos.
Recomenda-se ainda a promoção de parcerias entre PMEs e outras organizações para a elaboração de projetos circulares no contexto europeu; e a criação de redes de apoio onde as PMEs possam partilhar as melhores práticas e aprender umas com as outras.
Os interessados em saber mais sobre esta temática podem fazê-lo, acedendo à apresentação oficial do relatório no website da BGI.