O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) revelou que um dos problemas no Pinhal de Leiria é a dificuldade de recrutar trabalhadores e garantiu a realização de ações de controlo de plantas invasoras.
“Um dos problemas identificados é a dificuldade de recrutamento de assistentes operacionais, para garantirem a execução de tarefas no terreno – gestão, manutenção, vigilância e defesa – que são de exclusiva responsabilidade e competência do ICNF, pese embora já tenham sido abertos vários procedimentos concursais, aos quais concorreram um número reduzido de candidatos, relativamente às vagas abertas, ou ficaram, sumariamente, desertos”, explicou o Instituto à agência Lusa.
Ainda neste âmbito, o ICNF referiu que “também há a notar alguma dificuldade das empresas que estão contratadas para executarem os projetos em curso em garantirem o recrutamento dos recursos humanos necessários para o cumprimento das metas e dos prazos determinadas nos projetos”.
A Mata Nacional de Leiria (MNL), também conhecida por Pinhal de Leiria ou Pinhal do Rei, ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande e tem 11.021 hectares. Em 2017, os incêndios, que começaram em 15 de outubro e foram extintos dois dias depois, destruíram 86% da sua área.
As grandes sementeiras neste espaço remontam ao reinado de D. Dinis (1279-1325).
Quanto às plantas invasoras no Pinhal de Leiria, que várias entidades apontaram como um problema urgente a resolver, o ICNF esclareceu que as mais comuns na MNL “possuem uma capacidade de instalação e adaptação a muitos habitats, pelo que as medidas técnicas de combate não assentam no objetivo da eliminação dessas espécies, mas, sim, no seu controlo, evitando a sua expansão territorial e contrariando a sua capacidade de dominância sobre a flora autóctone”.
De acordo com o ICNF, as estratégias de controlo e contenção da área colonizada por espécies invasoras, das quais destacou na MNL as plantas do género acácia, “devem ser suportadas em operações integradas, porque a capacidade de recuperação destas espécies é, significativamente, superior à capacidade das espécies botânicas autóctones, o que tem de ser contrariado”.
O Instituto garantiu estar “a conduzir ações de controlo e contenção ativa de invasoras lenhosas, com incidência na área não ardida”, através de projetos que procedem ao corte mecânico de todos os exemplares arbustivos e arbóreos do género acácia, e na área ardida, por via das operações mecânicas e motomanuais.
Estas últimas são realizadas para preparar o terreno para plantação, promover o aproveitamento da regeneração natural e “para consolidação dos trabalhos de plantação realizados em 2019 e em 2020, nos talhões onde se regista concorrência significativa entre as plantas instaladas e as espécies invasoras”.
“As áreas de maior presença de espécies invasoras lenhosas encontram-se já a ser intervencionadas, com a meta de se atingirem cerca de 1.100 hectares até 2025”, assegurou, salientando que “estas áreas serão objeto de intervenções sucessivas no tempo com uma intensidade que dependerá da evolução das espécies invasoras nestes locais”.
Por outro lado, adiantou que “a permanente monitorização destas espécies permitirá identificar outras áreas onde esta problemática possa vir a exigir intervenção”.