O presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais disse hoje que vão existir “sempre situações difíceis para administrar” no combate aos incêndios e manifestou ter dúvidas se o país estará preparado nos próximos anos.
“Relativamente à pergunta se estamos prontos para 2022, esta época, a próxima época ou em qualquer outra época vamos ter sempre situações difíceis para administrar, compete à Proteção Civil organizar os custos que foram colocados pelo Estado para que consiga adequar as prioridades e gerir os meios da melhor forma possível”, disse Tiago Oliveira quando questionado pelo PSD sobre a atual época de incêndios.
O presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) foi hoje ouvido na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, uma audição de apresentação do relatório de gestão integrada de fogos rurais de 2021.
Tiago Oliveira deu conta aos deputados que “não há dificuldades no SIRESP e na alocação dos meios aéreos”, estando todos operacionais.
O responsável pela agência que tem como missão a coordenação estratégica e criada após os incêndios de 2017 sustentou também que “o país está mais preparado”, mas “não como todos gostariam que estivesse”.
“Duvido que nos próximo anos o consiga fazer porque há muitas questões que colocamos junto do parlamento e que necessitam de ajuda, nomeadamente o regime sucessório e a questão da distribuição do benefício entre de quem tem a terra e do benefício de quem compra, ou seja, a distribuição do valor dos bens públicos, são dois temas políticos que eu pedia ajuda e uma congregação de esforços a todos os partidos para que resolvam. Se não de outra forma vai ser difícil acelerar este problema de transformação”, precisou.
Tiago Oliveira garantiu ainda que “não há um problema de comando” na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ABEPC), existindo “sempre situações críticas e complexas”.
“Problemas de coordenação e alinhamento é natural que existam, há sempre questões a melhorar na questão da coordenação, mas hoje em dia não há um problema de comando e de organização de quem é que manda”, disse, acrescentando que a ANEPC “assegura o comando unificado das várias forças”.