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Incêndios: Bosque das Faias em Manteigas continua a resistir ao fogo – município

O Bosque das Faias, em Manteigas, um dos ‘ex-libris’ da Serra da Estrela, continua a resistir ao avanço das chamas, afirmou hoje o presidente da Câmara, apontando para aquelas folhosas como “lição de planeamento e de reflorestação”.

O incêndio, que deflagrou no sábado no concelho da Covilhã, continua a motivar preocupação no concelho de Manteigas, com uma frente que evolui em direção à zona do Vale da Castanheira, que poderá “colocar em causa algumas casas de agricultores e pessoas que vivem nesse local”, bem como outra frente que atinge a encosta onde se situa o Bosque das Faias, disse à agência Lusa o presidente do município, Flávio Massano.

Aquele bosque, também conhecido como Faias de São Lourenço, onde passa um dos mais conhecidos trilhos da zona, a Rota das Faias, foi plantado no início do século XX pelos serviços florestais de Manteigas.

“Há um cordão de outras espécies que estão a arder, mas quando as chamas chegam às faias acabam por morrer. Estas folhosas são uma lição de futuro em termos de planeamento e de reflorestação”, salientou o autarca, alertando que, mesmo que o bosque continue intacto, está rodeado de fogo, tendo ardido à sua volta pinhos e pseudotsugas (árvore conífera da família dos pinheiros).

Ao autarca daquele concelho do distrito da Guarda, situado no coração da Serra da Estrela, preocupa a evolução das frentes ativas durante a tarde, caso as condições meteorológicas favoreçam a propagação das chamas.

Durante o dia de hoje, Flávio Massano não tem indicação de qualquer casa de primeira habitação afetada ou feridos.

Até ao momento, já terão ardido no concelho “entre quatro e cinco mil hectares”, tendo o incêndio afetado o Vale Glaciar do Zêzere, um dos geossítios de maior relevância na Serra da Estrela, classificada como Geopark Mundial pela UNESCO.

“Felizmente, os pontos mais importantes, até do ponto de vista turístico, têm resistido. As faias são atacadas, mas têm-se aguentado, e não há danos nas Penhas Douradas, no Poço do Inferno ou no Covão da Ametade”, salientou o presidente da Câmara de Manteigas.

Sobre a estratégia de combate aos incêndios, o autarca recusou-se a “tecer considerações”, frisando que confia nos especialistas que estão no terreno.

“Há várias frentes que por vezes parecem controladas, mas facilmente se descontrolam”, notou.

Também na Guarda, onde o incêndio entrou pela freguesia de Videmonte, o presidente da Câmara, Sérgio Costa, afirmou à agência Lusa que a intensidade do vento preocupa as autoridades.

Durante a madrugada, foi possível conter e dominar a frente naquele concelho, mas “é necessária muita atenção a possíveis reacendimentos”, disse o autarca, realçando que não havia registo de casas afetadas ou de feridos.

“Apenas zonas de pasto e floresta, muita floresta, da melhor que temos no país”, lamentou.


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