A Câmara de Leiria está a fazer o levantamento dos danos provocados pelos incêndios que atingiram o concelho nos últimos dias, disse hoje o vereador da Proteção Civil, que revelou não haver, para já, pedidos de apoio.
“Até agora, de forma objetiva e concreta, ainda não tivemos pedidos de apoio ao Município, sendo certo que estamos já a proceder a esse levantamento [danos], quer da sinalização rodoviária e outras [estruturas] que foram danificadas, para repor o mais rápido possível”, afirmou Luís Lopes à agência Lusa.
Segundo o vereador, esse levantamento no terreno será feito “quilómetro a quilómetro”, também para perceber “se há ou não essa necessidade de apoios específicos e para que fim”, já que o município está disponível caso seja necessário.
O incêndio deflagrou pelas 12:00 de terça-feira, foi considerado em resolução na madrugada de quinta-feira, mas tornou a ficar ativo nesse dia e, posteriormente, dominado.
Este fogo começou na Caranguejeira e atingiu as uniões de freguesias de Colmeias e Memória, e Souto da Carpalhosa e Ortigosa, além de Milagres e Boa Vista.
Hoje, o autarca reconheceu que a situação está mais calma do que nos últimos dias.
“Registamos menos reativações em todo o perímetro e, além disso, durante a noite tivemos uma entrada de humidade considerável, quase nos 100%, até com alguma neblina e nevoeiro, o que é extremamente benéfico, porque acaba por baixar também a temperatura dos combustíveis”, explicou.
Segundo Luís Lopes, vai ser mantido um dispositivo em todo o perímetro, “em ações de consolidação de rescaldo e vigilância ativa, e também a circular em toda a área, para eventuais reativações”.
“Mantemo-nos atentos durante o dia, apesar de a temperatura ter baixado e a máxima de hoje fixar-se à volta dos 30, 31 graus”, assegurou, considerando ainda ser “importante que todos se mantenham atentos e em alerta para eventuais novas ignições e, preferencialmente, que evitem comportamentos de risco”.
De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência Médica, às 10:30 estavam no terreno 215 operacionais, apoiados por 62 viaturas.
Quanto ao balanço, ainda que provisório, Luís Lopes apontou uma área ardida estimada na ordem dos 3.500 hectares e, quanto a danos reportados, mantém-se o registo de “anexos e algumas habitações devolutas”.
“Não há, efetivamente, primeiras habitações ou segundas que tenham sido danificadas”, garantiu.
Quanto a infraestruturas, já foram repostas eletricidade, comunicações e água “praticamente em todos os locais”, incluindo no lugar de Feijão, na União de Freguesias de Colmeias e Memória, neste caso com recurso a veículos tanque de transporte de água.
“O mais importante em termos deste primeiro balanço é que não houve feridos graves a registar, não houve vítimas mortais, nem danos substanciais em termos de infraestruturas, sendo certo que a área florestal, essa, sim, foi perdida em todo este espaço”, adiantou.
Portugal Continental está em situação de contingência até domingo devido às previsões meteorológicas, com temperaturas muito elevadas em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.
A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.
Cinco distritos de Portugal continental mantêm-se sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera que emitiu aviso amarelo para o distrito de Leiria.