O bispo auxiliar de Lisboa Américo Aguiar, capelão nacional da Liga dos bombeiros, classificou hoje como “imperativo de cidadania” a ação de todos na prevenção dos incêndios.
Para o prelado, “não é o tempo da discussão dos meios, nem das políticas, nem dos partidos: é o momento da ação, na luta contra os incêndios e na prevenção dos mesmos”.
Defendendo que, “também nesta área da governação, é preciso um acordo de cidadania alargado”, Américo Aguiar, em declarações à agência Ecclesia, lembrou que muitos incêndios ocorrem por causa humana, por negligência e mão criminosa, e realçou o “problema eterno do ordenamento do território”.
O capelão nacional dos bombeiros fez questão ainda de afirmar que este “é um problema que não se resolve por decreto, com multas ou perseguição policial”.
Nas declarações à Ecclesia, o bispo deixou também um elogio aos bombeiros, que dão “um exemplo maior do que é o serviço, a entrega ao outro” e assinalou que “o corpo de bombeiros voluntários em Portugal é exemplar, no mundo inteiro”.
O Governo decidiu hoje prolongar de sexta-feira para domingo a situação de contingência em Portugal Continental devido às previsões meteorológicas, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.
A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.
Oito distritos de Portugal continental mantêm-se sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.