José Manuel Mendes, investigador da Universidade de Coimbra, alerta para o impacto nas vítimas do desfecho dos processos judiciais e diz que os abrigos prometidos para as aldeias não existem.
Cinco anos depois do trágico incêndio de Pedrógão Grande, que fez 66 mortos e mais de 250 feridos, a comunidade afetada pela tragédia não se sente mais segura, afirma José Manuel Mendes, investigador da Universidade de Coimbra.
“As pessoas têm a ideia de que daqui a 9, 10 anos pode haver uma catástrofe análoga. É certo que limpam os terrenos à volta das casas, mas naquilo que se afasta da sua responsabilidade, ou seja, o ordenamento do território e da floresta, sentem que, no geral, vivem à volta de um barril de pólvora”, adverte José Manuel Mendes, em entrevista à Renascença.
“É como se o território tivesse sido abandonado“ após o grande incêndio de Pedrógão Grande, sublinha o investigador da Universidade de Coimbra que, com a sua equipa, tem estudado a forma como a população atingida pelo incêndio tem percecionado a tragédia, as medidas e ações implementadas.
Segundo o investigador, uma das dimensões que “está aquém” diz respeito à construção de abrigos e ao programa Aldeia Segura, criado na sequência dos incêndios com o objetivo de proteger as populações rurais mais expostas a este tipo de catástrofe.
“Os abrigos prometidos não existem. Quando há um […]