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Incêndios: Em Murça ainda há residentes que não voltaram às aldeias

Uma reativação na zona de Valongo de Milhais, em Murça, adiou o regresso a casa dos populares retirados na segunda-feira das aldeias desta freguesia por precaução devido a um incêndio de grandes dimensões.

A informação foi adiantada hoje à agência Lusa pelo presidente da Junta de Valongo de Milhais, Renato Santos.

“[O incêndio] esteve praticamente controlado e houve, agora, uma projeção numa zona que pode complicar outra vez as coisas na localidade de Ribeirinha”, afirmou o autarca, que adiantou que há meios posicionados no local.

O incêndio, que teve início no domingo à tarde em Cortinhas, concelho de Murça, alastrou-se por praticamente por toda a zona norte do concelho, entrando ainda nos concelhos de Vila Pouca de Aguiar e de Valpaços.

Por precaução, muitos populares, principalmente os mais idosos, foram retirados de várias aldeias, nomeadamente de Valongo de Milhais e de Ribeirinha.

Pelas 11:00, de acordo com informação disponível no ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), encontravam-se no terreno 688 operacionais, 11 meios aéreos e 235 meios terrestres a combater as chamas.

Renato Santos explicou que estava previsto o regresso a casa dos residentes destas aldeias, que pernoitaram na vila de Murça, na residência de estudantes e no pavilhão desportivo, mas que, face a esta reativação, vai ter que se “atrasar um pouco esse regresso”.

O autarca descreveu um cenário completamente negro à volta das aldeias, onde disse que ficou toda a noite em vigilância e no apoio aos bombeiros e GNR.

“Ainda não tive a oportunidade de dar a volta completa pela freguesia”, apontou.

Renato Santos disse não ter conhecimento de habitações queimadas, falando de alguns anexos ou palheiros atingidos.

O autarca mostrou estar ainda “bastante preocupado” com a situação.

“Depois do enorme esforço, parecia estar tudo a correr bem, e agora com uma projeção e um bocadinho de vento já volta a estar a arder no meio do mato”, referiu.

 O Governo decide hoje se prolonga a situação de alerta devido ao risco de incêndio rural, que termina às 23:59, ou se volta a ativar a contingência, que esteve em vigor até domingo durante sete dias.

Na última semana, o país enfrentou temperaturas elevadas e o dia mais quente foi 13 de julho, em que quase todos os distritos estiveram sob aviso vermelho, o mais grave emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Também foi em 13 de julho que a ANEPC registou o maior número de incêndios rurais este ano, num total de 193.


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