O incêndio que deflagrou na terça-feira em Gambelas, perto da Universidade do Algarve, está parcialmente dominado, concentrando-se agora o seu combate na zona da Quinta do Lago, onde continuam a ser deslocadas pessoas preventivamente.
“Neste momento, a nossa prioridade é a zona da Quinta do Lago”, disse o Comandante Operacional Distrital, Richard Marques, num ponto de situação feito às 11:00 no posto de comando operacional instalado na Universidade do Algarve (Campus Gambelas).
Para o comandante das operações de combate ao incêndio que começou às 23:30 de terça-feira no concelho de Faro e que depois evoluiu para o de Loulé, “há um esforço conjunto no sentido de rapidamente se conseguir estabilizar” o fogo que, “neste momento, já tem parcialmente aquilo que é 50 a 60% consolidados”.
De acordo com este responsável, continuam a ser “deslocadas preventivamente” pessoas da zona da Quinta do Lago e anteriormente foram deslocadas cerca de 20 pessoas de um parque não licenciado com caravanas móveis.
O incêndio deflagrou perto do polo das Gambelas da Universidade do Algarve e do recinto onde decorre, a partir de quinta-feira, a Concentração Internacional de Motos de Faro e tinha às 12:40 mobilizados 287 operacionais, com o apoio de 104 veículos e um meio aéreo.
Inicialmente, o fogo desenvolveu-se em duas frentes: uma virada a noroeste, no sentido do Laranjal, e uma outra para sudoeste no sentido da Quinta do Lago e do Vale das Almas.
Segundo Richard Marques, houve um quadro meteorológico “muito desfavorável” durante a noite com uma temperatura de cerca de 30 graus, um vento constante de 26 quilómetros por hora com rajadas acima dos 40 quilómetros e uma humidade relativa do ar abaixo dos 40%.
“Durante a noite foi possível estabilizar a frente noroeste”, explicou o Comandante Operacional Distrital, acrescentando que, mesmo assim, ela continua num “processo de consolidação”.
A frente sudoeste foi “parada” na Estrada das Salinas, mas continuam os trabalhos de luta dos bombeiros.
“Vamos continuar a ter um contexto meteorológico desfavorável, mas estamos empenhados para que rapidamente possamos estabilizar este incêndio e passar para uma situação de consolidação”, resumiu Richard Marques, ao mesmo tempo que alertava que “ainda há muita coisa para resolver”.
Portugal continental está em situação de contingência até às 23:59 de sexta-feira devido às previsões meteorológicas, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país.
A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.
A maioria dos distritos de Portugal continental estão sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.