A França vai receber ajuda da Alemanha, Grécia, Polónia, Roménia e Áustria para combater os incêndios que já destruíram quase 50.000 hectares de floresta este ano, anunciou hoje o Presidente francês, Emanuel Macron.
Numa mensagem na rede social Twitter, Macron disse que a ajuda da Alemanha, Grécia e Polónia começou a chegar, e que a da Roménia e Áustria chegará “nas próximas horas”.
“Os nossos parceiros europeus estão a vir em auxílio da França face aos incêndios. Obrigado a eles. A solidariedade europeia está em movimento”, disse Macron, que está de férias na sua residência de verão em Brégançon, na Riviera francesa.
Macron disse que mais de 10.000 bombeiros e pessoal da segurança civil estão a combater os incêndios em todo o território “com coragem e determinação”, segundo a declaração citada pela agência espanhola EFE.
O Presidente também prestou homenagem a dois bombeiros que morreram durante o combate aos incêndios e anunciou que serão homenageados.
Os dois bombeiros morreram depois de se sentirem indispostos nas áreas de fogo, e não como resultado das chamas.
Macron disse que a prioridade deve ser salvar vidas humanas e manifestou-se solidário com as pessoas que tiveram de ser retiradas das zonas mais afetadas pelos incêndios e com os que perderem os seus bens.
“Ninguém será esquecido”, prometeu.
A primeira-ministra, Elisabeth Borne, e o ministro do Interior, Gérald Darmanin, visitaram hoje o posto de comando onde se combate o incêndio na região de Gironda, no sudoeste do país, o mais importante dos 10 fogos ainda ativos.
De acordo com as autoridades, 6.800 hectares já arderam na região desde que o incêndio deflagrou novamente na terça-feira, depois de os bombeiros terem conseguido abrandar o seu avanço esta manhã, apesar das duras condições meteorológicas.
“A vegetação no solo é extraordinariamente seca após mais de um mês sem chuva”, disse a prefeitura de Gironda num comunicado, segundo a EFE.
As temperaturas na região devem manter-se nos 40 graus Celsius até sábado.
Esta situação, “juntamente com a secura do ar, cria um grave risco de propagação do fogo”, alertou a prefeitura.
Na área, cerca de 10.000 pessoas foram retiradas das suas casas como precaução, enquanto os bombeiros disseram ter impedido a entrada do incêndio nas aldeias, depois de duas dezenas de habitações terem sido atingidas nos últimos dias.
A zona afetada, a sul de Bordéus, já sofreu um grande incêndio em julho passado, que destruiu cerca de 12.000 hectares.
Em Aveyron, no sudeste, um agricultor foi acusado de ter provocado o incêndio em curso por ter estado a trabalhar no campo com uma máquina.
Nesta área, arderam já cerca de 700 hectares e o incêndio ainda está por controlar.
Na região de Maine-et-Loire, no noroeste, os bombeiros disseram que conseguiram controlar o incêndio que já afetou cerca de 1.500 hectares.
O ministro do Interior apelou às empresas e administrações públicas para libertarem qualquer pessoa formada como bombeiro voluntário para o combate aos incêndios.
Empresas como o Carrefour, o maior empregador do país, enviaram uma circular aos seus centros comerciais para dar dias de folga às pessoas com tal formação.
O ministro Darmanin disse que nove em cada 10 focos de incêndio têm origem humana e que são detetados cerca de 200 fogos por dia.