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Incêndios: governo e celuloses garantem repetição de 2017

Cada lágrima chorada hoje será, de forma inequívoca, uma farsa, uma mentira, uma chapada na cara das famílias de quem morreu e uma machadada no futuro de quem pensa continuar a viver em Portugal.

Cinco anos depois, Portugal é um país mais perigoso, mais despreparado e mais frágil. Cinco anos depois, os donos da floresta mandam mais do que nunca. Cinco anos depois, o abandono expandiu-se, como se expandiu o eucaliptal e como se expande o deserto. Cinco anos depois temos menos florestas, menos pessoas no interior, menos poder no meio rural e nenhum respeito pelas comunidades devastadas pelos incêndios de 2017.

Houve breves momentos, em 2017 e 2018, em que pareceu que seria possível mudar algo no país. Depois da enorme tragédia que queimou mais de 5% do território do país, que ceifou mais de 100 vidas, pensámos que esses factos avassaladores obrigariam um governo que, como os anteriores, se vergava ao poder das celuloses, a corrigir o rumo. Fomos ingénuos. Ao considerarmos o valor da vida humana incalculável, pensámos que as perdas após os incêndios teriam valor suficiente para obrigar o regime a questionar se era possível manter a maior área relativa de eucaliptal do mundo, com as maiores áreas ardidas da Europa ano após ano, com o […]

António Assunção, Eunice Duarte, Fábio João Marçal, João Camargo, Jorge Paiva, Maria Teresa Rito, Matilde Alvim, Matilde Ventura, Mónica Casqueira, Nina Van Dijk, Paulo Pimenta de Castro, Serafim Riem

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