A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considerou hoje a distribuição de veículos de combate a incêndios florestais “desajustada”, uma vez que se verificam “significativos desequilíbrios” entre as várias corporações do país.
“A LBP considera que a distribuição dos veículos por distrito é desajustada face ao equilíbrio operacional desejável, tendo em vista o esforço nacional dado que se verificam claramente significativos desequilíbrios entre os vários corpos de bombeiros do território continental”, refere a Liga, num comunicado divulgado após o anúncio do Governo da distribuição de 81 veículos de combate aos fogos.
Na quarta-feira, o Ministério da Administração Interna informou que foi divulgado junto das corporações de bombeiros a lista de distribuição de 81 veículos florestais que vão permitir “um reforço da capacidade de resposta operacional no combate aos fogos rurais”.
Segundo o MAI, foi incluído no Plano de Recuperação e Resiliência, no âmbito do Programa MAIS Floresta, uma verba de 12,6 milhões de euros destinada à aquisição de veículos florestais a operar pelas corporações de bombeiros.
A LBP explica que os critérios foram apresentados à Liga dos Bombeiros numa reunião na Secretaria de Estado da Administração Interna, tendo os representantes da LBP apresentado “algumas sugestões de melhoria que não foram consideradas”.
“A LBP considera que qualquer distribuição de meios pelos corpos de Bombeiros deve ter por base critérios representativos de diferenciadas realidades operacionais e, assim, devem ser consensualizados, previamente, entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANPEC), Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP)”, sustenta esta confederação que representa as associações humanitárias detentoras dos corpos de bombeiros voluntários.
A LBP sublinha ainda que “não se revê na nota enviada” na quarta-feira pelo MAI à comunicação social.
Na nota, o MAI explicou que os critérios para a seleção dos corpos de bombeiros, propostos pela ANEPC e previamente apresentados à Associação Nacional de Municípios e à Liga dos Bombeiros Portugueses, foram aprovados pela ministra da Administração Interna e validados pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal.
“Os critérios adotados para distribuição destes veículos são objetivos, mensuráveis e verificáveis, garantindo que os veículos são alocados a corpos de bombeiros com real capacidade para os operacionalizar e garantindo a sua distribuição pelos territórios onde, face à área florestal a seu cargo, se verifique uma carência mais significativa de veículos florestais”, referiu o MAI.
O MAI indicou ainda que a lista final de distribuição contempla 26 viaturas para as corporações de bombeiros da região Norte, 25 para o Centro, oito para Lisboa e Vale do Tejo, 18 para o Alentejo e quatro para o Algarve.
Incêndios: Bombeiros vão receber 81 veículos de combate aos fogos florestais