Mais de 160 incêndios foram registados até às 19:30 de hoje em Portugal continental, mais quatro do que os verificados na quarta-feira, indicou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Num balanço feito pelas 20:30 na sede da ANEPC, em Carnaxide, no concelho de Oeiras (Lisboa), o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, disse hoje que foram contabilizados 165 incêndios e que 23 ainda se mantinham ativos.
Foram “registados 165 incêndios registados até às 19:30 de hoje, mais quatro do que no dia de ontem [quarta-feira]” e nas “23 ocorrências que ainda estão ativas encontram-se, neste momento, no combate, 2.164 operacionais, 623 meios terrestres e apoio de 22 meios aéreos”, salientou.
“A ocorrência de Mangualde foi dada como dominada. Mantemos nove ocorrências significativas, com 1.924 operacionais, 561 meios terrestres e 21 meios aéreos, no apoio”, assinalou André Fernandes.
Segundo o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, desde o dia 08 de julho até hoje, foram “registadas 9.098 ocorrências e foram envolvidos um total de 33.000 operacionais, 8.871 meios terrestres e 510 meios aéreos”.
Em relação aos feridos, foi verificado um “total acumulado, desde o dia 07 de julho até às 19:30 de hoje, 184 ocorrências”.
São “184 assistências, sendo que quatro destas são feridos graves, mas não atentam àquilo que é o perigo de vidas das vítimas”, disse André Fernandes.
Sobre as infraestruturas danificadas pelos incêndios, a Proteção Civil deu conta que sofreram danos 12 habitações, uma rulote, dois armazéns, um aviário e uma serração em Pombal (Leiria), quatro habitações e uma vacaria em Caranguejeira (Leira), duas habitações e dois anexos em Espite (Ourém), duas habitações e Palmela (Setúbal), duas habitações em Faro e uma oficina em Oliveira de Azeméis.
O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil referiu ainda que, até ao momento, foram retiradas 872 pessoas, mas, alertou, “é um número que ainda não está fechado”.
“Muitas delas, a maioria, já regressaram às suas habitações. (…) Infelizmente, temos pelo menos confirmado uma pessoa desalojada”, observou.
Relativamente às vias rodoviárias, André Fernandes indicou que “todos os itinerários principais de Portugal continental mantêm-se circuláveis sem nenhuma afetação ao trânsito”.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou hoje que o país se mantém em estado de contingência até às 24:00 de domingo e que o eventual prolongamento desse estado será reavaliado nesse dia.
“Entendemos que tínhamos o dever de manter o mesmo grau de responsabilidade, o que significa manter o estado de contingência entre os dias 16 e 17”, disse José Luís Carneiro em conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O ministro adiantou ainda que no domingo de manhã, após a reunião da ANEPC para fazer atualização de dados e uma avaliação do ponto de situação, que deve começar pelas 10:30, acontece uma reunião dos membros do Governo “para avaliar se o nível de contingência se deve manter para além de domingo ou se deve recuar no estado de alerta”.
O ministro da Administração Interna reuniu-se ao final da tarde na sede da ANEPC com os ministros da Defesa Nacional, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Saúde, do Ambiente e Ação Climática e da Agricultura e Alimentação, “para avaliação das medidas adotadas no âmbito da Declaração de Situação de Contingência e decisão sobre o seu prolongamento”.