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Incêndios: Marcelo defende é que fundamental ir melhorando o estatuto dos bombeiros

O Presidente da República defendeu hoje que é fundamental ir melhorando o estatuto tanto dos bombeiros profissionais como dos voluntários, após ser questionado sobre as suas condições de carreira.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à porta do Hospital de São José, do Centro Hospitalar de Lisboa Central, onde hoje visitou um bombeiro que ficou ferido no combate ao incêndio no concelho de Palmela, distrito de Setúbal.

Interrogado se as condições de carreira dos bombeiros em Portugal deveriam ser mais atrativas, o chefe de Estado respondeu: “Sim, mas eu não tenho dúvidas nenhumas”. No seu entender, o mesmo se aplica “àqueles que trabalham na proteção da floresta”.

“É evidente que uma questão fundamental, sempre, é ir criando condições melhores de estatuto para os bombeiros – quer em termos de profissionalização, quer em termos daqueles que têm o voluntariado como sua opção de princípio, e terão sempre – verem valorizado o serviço à comunidade”, acrescentou.

Sobre o bombeiro chefe Rui Cruz que hoje visitou no Hospital de São José, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que não está internado na Unidade de Queimados, o que apontou como bom sinal. No seu entender, está “em grande forma”, com “uma recuperação notável”.

“Um chefe bombeiro é um homem que é um líder, está com uma disposição de líder. A sua única preocupação é saber se não lhe estavam a esconder alguma coisa sobre a situação dos seus homens. Os homens estão bem, isso foi assegurado. Tinha ali a família. Ele não estava preocupado sequer consigo mesmo”, referiu.

O Presidente da República estava acompanhado pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, pelo vice-presidente da Liga dos Bombeiros Eduardo Correia e pelas secretárias de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, e da Saúde, Maria de Fátima Fonseca.

Relativamente aos incêndios dos últimos dias, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a capacidade de resposta de toda a estrutura de Proteção Civil e pediu às populações “um esforço suplementar” para evitar comportamentos negligentes.

Quanto à sua opção de não ir ao terreno, o chefe de Estado afirmou que foi tomada “já há uns anos”, desde que lhe chamaram a atenção que a sua presença “prejudicava mais do que favorecia”, que “criava mais problemas do que facilitava soluções”.

O chefe de Estado mencionou que também o primeiro-ministro, António Costa, não tem ido ao terreno, “foi ver só o dispositivo que estava antes de ser utilizado” e que mesmo o ministro da Administração Interna “também não vai ao terreno acorrer a situações especificas de intervenção”.

“E isso tem sido bom, eu penso. É menos mediático, admito, mas a lição é que tem sido bom, porque havia depois uma dispersão, para quem estava em operações de combate aos incêndios, uma dispersão de atenção que é contraproducente”, considerou.

Portugal continental encontra-se desde segunda-feira em situação de contingência devido às condições meteorológicas, com temperaturas altas, que elevam o risco de incêndio.

A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na Lei de Bases da Proteção Civil e pode ser declarada “quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal”.


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